12 de março de 2010

Sustentablidade

Este post tem como objetivo ajudar a esclarecer o significado de uma palavra que está nas headlines dia-sim-dia-não. Verifiquei que muitas pessoas têm buscado durante os últimos anos na internet, em sites de busca, o significado da sustentabilidade, que nada tem a ver com plantar árvores. Por definição, crescimento sustentável é "promover o crescimento e desenvolvimento econômico sem comprometer o crescimento das futuras gerações". Isto significa que devemos utilizar os recursos naturais de forma que não faltem ou se esgotem no futuro, para que os descendentes que ainda estão por vir possam utilizá-los e promover seu próprio desenvolvimento contínuo e também sustentado. 

Para tanto, tal desenvolvimento econômico sustentado deve ser baseado em matrizes energéticas renováveis que causem impactos ambientais reduzidos e reversíveis. Além disso, os processos industriais devem ser circuitos fechados que preveem a reutilização, a reciclagem e a recuperação energética de seus resíduos, os quais incluem não apenas o lixo das indústrias, mas também o lixo gerado no final da cadeia produtiva (lixo doméstico). As mesmas indústrias devem investir em tecnologias mais limpas que desperdiçam menos matéria-prima e geram menos resíduos a serem dispostos no ar, na água e no solo. A agricultura precisa também ter sistemas de captura de efluentes contendo resíduos de agrotóxicos de modo a evitar contaminação acima do aceitável em corpos d'água e daqueles que se utilizam destes corpos d'água. Enfim, a poluição e a utilização de recursos precisam ser menores, ou seja, a cadeia produtiva precisa ser mais eficaz e mais eficiente de modo a equilibrar o nosso padrão de consumo com a recuperação do meio ambiente.


Abaixo seguem algumas frases de pessoas influentes discorrendo sobre o tema:


Crescer sem roubar dos descendentes as possibilidades de crescimento
Fernando Gabeira, deputado.

A crise econômica mundial e as catástrofes ocasionadas por extremos climáticos devem ser encaradascomo circunscritas numa crise ainda maior, uma crise de humanidade. O que presenciamos no mercado financeiro é apenas o sintoma de algo mais grave, que não se restringe ao quadro atual, mas constitui-se numa opção equivocada por padrões de consumo e de desenvolvimento. É preciso mudar, com urgência e o caminho é lutar pela sustentabilidade. Mão se podem mais aceitar padrões de crescimento lastreados em uma perspectiva antropocêntrica extrema, arcaica, que entende os recursos naturais como insumos do processo produtivo, ignora o compromisso com as gerações futuras e vê a política ambiental apenas como entrave ao processo produtivo
Sarney Filho, deputado.

É premente, ainda, adequar os padrões produtivos à realidade de um mundo em processo de mudança climática e cada vez menos rico em recursos naturais. Nesse ccontexto, torna-se imprescindível a produção mais limpa, ou seja, os meios, tecnologias e processos que possibilitam a fabricação de bens e a prestação de serviços com menor consumo de recursos materiais, energéticos e geração mínima ou nula de poluentes
Paulo Skaf, presidente da Federação e do Centro da Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp).

As futuras gerações precisam ser educadas para a preservação e conservação do meio ambiente que é um bemde uso comum dos povos. Mas o compromisso começa com a nossa geração. Não somos donos da Terra, mas sim seus inquilinos e temos o dever de deixar a casa melhor do que a encontramos para as futuras gerações
André Medici, consultor do Banco Mundial.

O atual modelo de desenvolvimento é depredador da natureza e criador de privilégios sociais. É um modelo sem futuro no longo prazo: por falta de base natural e social, pelo esgarçamento político. A sustentabilidade é a intenção de construir-se um modelo no qual: o crescimento não destrói a natureza, transforma-a, mantendo seu equilíbrio por reposição continuada; e a produção não se concentra, distribui-se permanentemente. Esse objetivo de sustentabilidade do modelo só será possível com uma mudança de mentalidade, sobre os propósitos da sociedade e com a formação de elevada capacidade científica e tecnológica. O caminho é uma revolução na educação, escola de máxima qualidade para todos
Cristovam Buarque, senador.

A mínima contribuição que podemos dar hoje ao meio ambiente, é melhor que a máxima contribuição que possamos dar no futuro. Pode não dar tempo
 Serginho Groisman, apresentador.

Na lógica do capitalismo, um empresário não investe um centavo um centavo a favor do meio ambiente e do crescimento sustentável sem que isso seja algo financeiramente interessante, é como um dogma. O desafio está em criar mecanismos que tornem essa prática sustentável realmente necessária à sobrevivência dos negócios, através de mecanismos. O governo pode fazer sua parte através da aplicação de uma tributação verde, que pune empresas com pior desempenho ambiental. Os bancos podem fazer sua parte com o facilitamento de empréstimos a empresas com melhor desempenho ambiental através de taxas mais baixas de juros. Até mesmo a população pode fazer sua parte mudando seu padrão de consumo visando diminuir sua pegada ecológica.

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