Nos últimos dias o iBovespa está subindo graças ao setor de siderurgia, com a expectativa de aumento na produção do aço. Enquanto isso, as bolsas nos EUA sofreram forte queda. Antigamente os EUA espirravam e o Brasil ficava de cama, mas hoje isso não acontece mais, embora ainda haja influência, mesmo que menor.
Não só bancos grandes como o Goldman Sachs, mas empresas de diversos setores apresentaram seus balanços há alguns dias, os quais foram muito aquém do esperado. Isso significa que a economia americana não está se recuperando como deveria da crise imobiliária de 2008 e da crise bancária de 2009. Dessa forma, os investidores começam a correr para a renda fixa e as ações das empresas semelhantes a essas que divulgaram seus balanços também sofrem.
Na verdade, os EUA aprenderam com a crise de 29 que, apesar de ruim, é preciso salvar os bancos em caso de uma possível depressão para evitar um pandemônio ainda maior. Seria pior deixá-los quebrar, como aconteceu há 80 anos atrás na experança de que a "seleção natural" elimine os "maus bancos" (aqueles que possuem mais passivos do que ativos, altamente ilíquidos ou insolventes). A diferença é que, ao contrário daqueles tempos, dessa vez as reformas necessárias para evitar novas crises no futuro foram muito tímidas e, teoricamente, não evitarão excessivas alavancagens no futuro próximo. Aliado a isso, os bancos salvos pelo Federal Reserve ditos "grandes demais para quebrar" se tornaram uma espécie de mortos-vivos que levarão algum tempo para se recuperarem, bem como a economia.
Agora o período é de colher a tempestade. Os bancos se desalavancarão, os EUA voltarão a crescer pouco ou até mesmo diminuir. E se os países europeus Grécia, Espanha, Portugal e Itália não conseguirem dominar suas dívidas, uma crise irá contaminar os bancos da Europa e poderemos pensar até em um fim da União Européia como conhecemos, pois os bancos daqueles países não poderão arcar com esse contexto e esses países terão que recorrer a empréstimos no estrangeiro. Tanto a Europa quanto os EUA e o Japão devem crescer pouco, cerca de 2% ao ano nos próximos anos, devido em parte à sua população esclerosada em declínio e às crises que vem se sucedendo.
E quem sofrerá também serão os países emergentes chamados BRIC's (Brasil, Rússia, Índia e China). A China é o principal deles e penso que será quem sofrerá mais. Uma crise entre os países desenvolvidos significará menor demanda pelas commodities, sendo que China e Brasil serão diretamente afetados e o crescimento esperado de 7% a 10% que tanto se fala para os próximos anos poderá ser comprometido.
Eu acredito que estamos vendo hoje o início de uma inversão na ordem mundial. Países europeus e os EUA deixaram de poupar e passaram a gastar mais. Eles vem tendo seus déficits em conta corrente. No caso dos EUA sendo financiados pela China que tem o interesse de manter sua moeda desvalorizada para manter suas exportações competitivas e faz reserva de dólares. Entretanto, a China tem como calcanhar de aquiles um consumo interno pouco desenvolvido, que representa apenas 36% de seu PIB. Se os países importadores de seus produtos não crescem, a China não vende e não poderá recorrer ao consumo interno para amenizar o problema. Mas para tapar o sol com a peneira, o governo chinês está forçando o empréstimo a torto e a direito às empresas estatais para continuarem fazendo investimentos na produção e estocarem commodities.
Mercado de Ações
A ação VALE5 é, na minha opinião, talvez o melhor papel para o médio prazo. A Vale do Rio Doce tem como principal cliente a China. Embora a China não cresça com tanto vigor quanto antes, ainda cresce muito e mantém sua política de investimento na produção. Se a China está bem, a Vale está bem. Além disso se espera que várias nações do mundo todo venham a renovar seus estoques no médio prazo.
Dessa forma, a alta procura pela commodity vai elevar seu preço até o final do ano, fazendo com que a Vale valorize muito seu papel e aumente consideravelmente seus lucros.
Nesta semana, a Vale do Rio Doce divulgou seus resultados e foi bem, como esperado. Além disso, a precificação do minério, com aumento de cerca de 100%, foi bem aceita pelo mercado, segundo executivo da própria empresa.
Eleições
Aproveito para levantar a bola a você. Após a eleição do Lula, representante do PT, verificamos que a política econômica se manteve igual, com o mesmo presidente do Banco Central, eleito na época a deputado pelo PSDB.
Você acha que hoje a política no Brasil está descolada da economia?
Acho uma questão importante em tempos de eleição, principalmente pelo medo do radicalismo que anda na sombra da Dilma Roussef.
Você acha que, não importando o candidato vencedor nessas eleições, a política econômica se manterá semelhante nos próximos 4 ou 8 anos?
3 de agosto de 2010
6 de maio de 2010
Responsabilidade pós-consumo
Com a aprovação da lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos em andamento no Congresso, a gestão e a disposição final do lixo produzido ganhará contornos mais sólidos em um futuro próximo. Em processo de definição, esta lei deverá tornar obrigatória a prática da engenharia reversa, ou seja, o empresário deverá receber de volta todos os produtos por ele vendidos e dar destino adequado a estes resíduos. Dessa forma, a responsabilidade pós-consumo deverá ser de quem fabrica e de quem vende o produto.
Este passo será fundamental para que as indústrias se esforcem em aperfeiçoar os meios de produção para que se tornem mais eficientes. Embora os produtos continuem a ser projetados para terem uma breve obsolescência, planejada ou percebida, a concepção de seus projetos deve começar a levar em consideração um reaproveitamento maior de volta na cadeia produtiva.
A prática começou com a aprovação da Resolução 257/1999 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) que determinou a responsabilidade pós-consumo de pilhas e baterias ao produtores. Entretanto, a resolução não continha metas ou prazos para o cumprimento dessa determinação, o que implica descompromisso do empresário com resultados e impossibilita a fiscalização por conta da falta de metas, não determinadas pela lei.
O setor privado faz um forte lobby para que a Política Nacional de Resíduos Sólidos caminhe para o mesmo fim, o que a tornaria ineficiente e, da mesma forma que foi feito com a responsabilidade pós-consumo de pilhas e baterias, o empresário não teria compromisso com resultados e prazos para gestão de outros resíduos, tornando a política ineficiente.
Outro fator preocupante na redação da PNRS é que os empresários são relutantes em aceitar a responsabilidade pelo passivo dos resíduos já produzidos. Eles argumentam que os fabricantes não podem ser responsabilizados por um lixo que não foram eles que produziram. Entretanto, atribuir a responsabilidade pelo passivo já existente à sociedade como um todo não é eficaz na prática, embora pareça muito bonito. Se não houver um agente social específico responsável pelo passivo, não haverá meios de se cobrar de alguém a resolução do problema e a política se torna inoperante.
Alguém precisará pagar a conta pelos resíduos já existentes, mas o governo não possui recursos para tal. Além disso, os fabricantes têm razão em argumentar que não deveriam ser responsabilizados por resíduos não produzidos por eles. Será interessante ver qual saída o congresso definirá para resolver o impasse.
Este passo será fundamental para que as indústrias se esforcem em aperfeiçoar os meios de produção para que se tornem mais eficientes. Embora os produtos continuem a ser projetados para terem uma breve obsolescência, planejada ou percebida, a concepção de seus projetos deve começar a levar em consideração um reaproveitamento maior de volta na cadeia produtiva.
A prática começou com a aprovação da Resolução 257/1999 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) que determinou a responsabilidade pós-consumo de pilhas e baterias ao produtores. Entretanto, a resolução não continha metas ou prazos para o cumprimento dessa determinação, o que implica descompromisso do empresário com resultados e impossibilita a fiscalização por conta da falta de metas, não determinadas pela lei.
O setor privado faz um forte lobby para que a Política Nacional de Resíduos Sólidos caminhe para o mesmo fim, o que a tornaria ineficiente e, da mesma forma que foi feito com a responsabilidade pós-consumo de pilhas e baterias, o empresário não teria compromisso com resultados e prazos para gestão de outros resíduos, tornando a política ineficiente.
Outro fator preocupante na redação da PNRS é que os empresários são relutantes em aceitar a responsabilidade pelo passivo dos resíduos já produzidos. Eles argumentam que os fabricantes não podem ser responsabilizados por um lixo que não foram eles que produziram. Entretanto, atribuir a responsabilidade pelo passivo já existente à sociedade como um todo não é eficaz na prática, embora pareça muito bonito. Se não houver um agente social específico responsável pelo passivo, não haverá meios de se cobrar de alguém a resolução do problema e a política se torna inoperante.
Alguém precisará pagar a conta pelos resíduos já existentes, mas o governo não possui recursos para tal. Além disso, os fabricantes têm razão em argumentar que não deveriam ser responsabilizados por resíduos não produzidos por eles. Será interessante ver qual saída o congresso definirá para resolver o impasse.
28 de março de 2010
Lixo eletrônico
Segundo estudo realizado pelas Nações Unidas, o Brasil tem a maior produção de lixo eletrônico entre 11 países em desenvolvimento. Um brasileiro descarta por ano, segundo o estudo, em média 0,5 quilo de lixo eletrônico, no qual se incluem computadores, celulares, impressoras, televisores e refrigeradores.
Este lixo pode ser considerado valioso e ao mesmo tempo perigoso. Nele podem ser encontrados substâncias de valor significativo como o ouro, a prata, o cobre, a platina, o cobalto, o níquel e o silício, entretanto, substâncias tóxicas também são encontradas, como o chumbo, o mercúrio e o cádmio.
Tais substâncias tóxicas são encontradas em pequena quantidade nos dispositivos eletro-eletrônicos mas, quando estes são armazenados em grandes quantidades e em condições impróprias, podem contaminar o solo, a água e os esgotos, acabando por possivelmente contaminar também a população, mesmo que esta não tenha contato direto com esses resíduos eletro-eletrônicos.
A inclusão digital promovida pelo Brasil, o aumento do poder aquisitivo das classes mais baixas e o barateamento da tecnologia formam um ambiente propício para que o Brasil se torne um enorme produtor de resíduos eletrônicos nos próximos anos. Entretanto, a ausência de políticas públicas de gestão desses resíduos, que atribuiria a responsabilidade de se estabelecer uma logística reversa desses equipamentos a quem produz, importa, distribui ou vende, pode causar grandes problemas futuros para se lidar com estes resíduos, podendo implicar deterioração da saúde pública.
Atualmente já há algumas possibilidades para se dar um destino correto para tais equipamentos. Confira na lista abaixo, fornecida pelo Jornal da Folha de São Paulo, em 24 de março de 2010:
- Agências do Banco Real: pilhas e baterias (bit.ly/pilhasbancoreal);
- PRAC: descarte de baterias, lâmpadas, celulares e baterias chumbo-ácido (http://www.prac.com.br/);
- Drogaria São Paulo: pilhas e baterias (http://www.drogariasaopaulo.com.br/);
- Site Lixo Eletrônico: informações sobre projetos que aceitam doações de computadores velhos (lixoeletronico.org);
- Associação Brasileira de Distribuição de Excedentes: doação de computadores velhos (http://www.abre-excedente.org.br/);
- Casas André Luiz: doação de computadores velhos (http://www.andreluiz.org.br/);
- Comitê de Democratização da Informática: doação de computadores velhos (http://www.cdi.org.br/);
- Comlurb do Rio de Janeiro: doação de computadores velhos (www.rio.rj.gov.br/comlurb);
- Projeto Ação Digital: doação de computadores velhos (projetoacaodigital.com.br/lixotecnologico);
- Agente Cidadão: doação de computadores velhos (http://www.agentecidadao.com.br/);
- Museu do Computador: reaproveita materiais relacionados ao computador (http://www.museudocomputador.com.br/);
- Centro de Recondicionamento de Computadores: recebe aparelhos relacionados ao computador (http://www.oxigenio.com.br/);
- Dell: recicla produtos da marca (www.dell.com/recycling);
- Philips: recicla produtos da marca (http://www.sustentabilidade.philips.com.br/);
- HP: encaminha produtos da marca para reciclagem (bit.ly/reciclagemhp);
- Epson: coleta cartuchos de tinta da marca (epson.com.br/coleta);
- Nokia: recicla baterias, celulares e acessórios da marca (bit.ly/reciclagemnokia);
- Vivo: coleta baterias, celulares e acessórios (bit.ly/vivorecicle);
- Claro: coleta baterias, celulares e acessórios (bit.ly/clarorecicla);
- Oi: coleta baterias, celulares e acessórios (www.oi.com.br/coletadebaterias);
- Tim: coleta baterias, celulares e acessórios (bit.ly/reciclagemtim);
- CEDIR: Centro especializado em coleta, reúso e descarte sustentável do lixo eletrônico, na USP (0XX11-3091-6454 ou consulta@usp.br).
21 de março de 2010
Tipos de Aplicações
Para conhecer o mercado, é necessário primeiro saber que a chance de se obter melhores resultados implica correr maiores riscos. Por definição, risco é a probabilidade de certeza (ou de incerteza) sobre o retorno de seus investimentos.
Há dois tipos de riscos:
- Risco de retorno: não se sabe se terá o dinheiro de volta no final da aplicação (Ex.: Títulos Públicos).
- Volatilidade: quando a aplicação está suscetível a variações diárias (ex.:ações do tipo small caps).
Dessa forma, as aplicações essencialmente podem ser divididas em 2 grandes grupos:
- Renda Variável: implica maiores riscos mas também maior potencial de retorno.
- Renda Fixa: implica menores riscos entretanto menor retorno.
As aplicações de renda fixa compreendem a Poupança, o Tesouro Direto, os fundos DI e RF e as Debêntures, em ordem cresecnte de risco e, consequentemente, de potencial de retorno. As aplicações de renda variável compreendem o mercado de ações em bolsa. A seguir serão brevemente explicadas, uma a uma, cada modalidade de aplicação:
Poupança
Acessível, muito segura, isenta de Imposto de Renda (até 50 mil reais aplicados), liquidez ampla (sem taxas para resgate, aliás, não há taxa alguma cobrada) e baixa volatilidade. Mais recomendado para aplicações de curto prazo (no máximo 2 anos), devido a sua baixa rentabilidade (cerca de 6,5% em 2009, sem contar a inflação). Dica: faça aplicações em pelo menos 2 dias diferentes do mês (2 aniversários), assim se perde menos juros na data do resgate da aplicação.
Tesouro Direto
Corresponde à venda de títulos de dívida pública. Funciona como se fosse um cheque pré-datado, que o investidor "compra" por um valor menor e, no vencimento, resgata o valor do cheque. Há três tipos: pré-fixados, pós-fixados e os atrelados à inflação. Acessível (necessita contratação de corretora), menor risco do país (até que o país quebre e este dê o calote, todos os outros bancos já quebraram antes), possível escolher o título, liquidez restrita, maior volatilidade e vencimentos longos. Como o vencimento é longo, os problemas surgem quando o investidor deseja se livrar do Título antes de seu vencimento. Em primeiro lugar, o título só pode ser vendido às quartas-feiras e em segundo lugar há baixa procura pelo mesmo, assim fica sujeito à volatilidade e implica desvalorização no caso de venda antes do vencimento. Indicado para quem deseja aplicar por longos prazos, ou seja, para quem não precisará do dinheiro agora e nos próximos períodos.
Fundos DI e RF
São vários títulos da dívida pública oferecidos por bancos, portanto, possuem a vantagem de se poder resgatar a aplicação quando quiser e por um valor melhor do que a compra direta de títulos da dívida pública. São acessíveis, seguros, possuem liquidez ampla e volatilidade baixa, entretanto, a gestão profissional promovida pelo banco implica uma taxa de administração que, para uma aplicação no curto prazo, torna a poupança mais interessante.
Debêntures
Parecido com o título de dívida pública, mas neste caso são dívidas privadas. Há um risco de se levar o calote da empresa, mas é acessível (antigamente o capital necessário para esta aplicação era muito alto, mas a pulverização em cotas menores das debêntures de boas empresas aumentou a acessibilidade desta modalidade ao pequeno investidor). É necessário contratar uma corretora e é possível escolher os títulos. Há um pregão só para as debêntures, o Bovespa Fix, mas como é relativamente novo, há pouca negociação e dificuldades de revenda, o que causa volatilidade e restrições de liquidez.
Ações
Acessível e volátil (acompanha variações diárias da Bolsa de Valores). Como seu desempenho depende do mercado e da companhia, o risco é heterogêneo. A Petrobrás, por exemplo, já é uma empresa grande e consolidada, portanto o risco de que ela feche as portas no ano que vem é muito pequeno, entretanto a possibilidade da empresa dobrar de tamanho no mesmo período é muito baixa também, o que implica uma possibilidade de retorno mais conservadora para quem decidir comprar seus papéis de ações. Estes papéis das grandes empresas, são conhecidos como Blue Chips. Este tipo de ação tem risco e probabilidade de retorno diferentes das ações de pequenas empresas, chamadas de Small Caps.
As Small Caps são papéis com grande probabilidade de retorno, afinal, para uma empresa de pequeno porte dobrar de tamanho em pouco tempo é muito mais factível que no caso da Petrobrás, entretanto o risco de que ela feche no mesmo período é tão grande ou maior, o que lhe confere um risco muito grande. Uma grande vantagem do mercado de ações é que o investidor ganha de duas maneiras: atavés dos dividendos da empresa (parte do lcro que é distribuído entre os sócios) e da valorização dos papéis (adquiridos pelo investidor, tornando-se sócio da empresa).
A forma de se investir em ações também pode ser dividida em 4 modalidades:
- compra direta;
- fundos de investimentos em ações (passivos ou ativos);
- fundos de índices (ETF's); e
- clubes de investimento.
No caso do fundo de investimento em ações ativo, o gestor do fundo é mais agressivo e fica movimentando as ações a fim de se aumentar os ganhos, o que implica em muitas vezes a cobrança de taxas de performance. A vantagem é que o investidor pode maximizar seus ganhos com a contratação de um bom gestor e reduz sua carga de stress por não ter que disponibilizar tempo e conhecimento para gerenciar estas ações. Já o fundo de investimento passivo é baseado em um índice, o que lhe confere maior conservadorismo.
Os ETF's são fundos de investimentos em ações, com corretora, compostos por uma cesta de ações que representam indicadores, mas cujas cotas podem ser negociadas como se fossem ações. O risco é menor do que a compra de ações avulsas porque compreende uma diversificação maior de ações com a compra de uma cota, obtendo diversificação com uma única operação. As taxas de administração são menores que nos fundos de investimentos passivos, o que torna os ETF's mais vantajosos.
Por fim, os clubes de investimento são indicados para quem tem pouco dinheiro a investir, precisam de motivação e/ou buscam trocar experiências com outros investidores.
Investir conscientemente
Investir conscientemente significa investir para:
O segundo obstáculo do investimento consciente é diferenciar o que você pode comprar do que você merece comprar. Todos merecem ter muitas coisas. Mas o grupo de coisas que cada um pode ter é bem mais restrito. Todos gostariam de ter o carro do último modelo e de fato mereceriam tê-lo, mas comprá-lo sem poder reflete o pensamento imediatista do brasileiro, que pensa apenas no presente e se esquece do futuro. O ideal é pensar a longo prazo, com um ganho de riqueza sustentada, mas essa idéia não costuma ser praticada pelos brasileiros, que sempre tiveram suas vontades reprimidas e consomem desenfreadamente ao surgimento da primeira oportunidade de endividamento.
O terceiro obstáculo para se investir conscientemente é aprender a se planejar. Planejar significa ter um norte, saber para onde se está caminhando. Num plano, é necessário primeiro estabelecer objetivos, em segundo lugar estabelecer as metas (prazos e datas para se alcançar tais objetivos), em terceiro lugar estabelecer as diferentes alternativas para se atingir essas metas e em quarto lugar analisar qual a melhor alternativa para tal. Mas todo plano é sucetível a erros e percalços, portanto, ele deve ser constantemente reavaliado e, se necessário, alterado.
Um quarto obstáculo bastante importante é tomar decisões em cenário de incerteza. Um exemplo comum é a eleição para Presidente. Essa é uma época delicada em que não se sabe muito bem como o mercado reagirá frente às novas diretrizes econômicas do novo governo.
- preservar e ampliar seu patrimônio;
- obter estabilidade (poupar equivalente a 6 meses de salário); e
- realizar sonhos e projetos.
- formação de hábito e disciplina;
- estar pronto para a prática da tomada de decisões; e
- auto-conhecimento e aprendizado sobre o mercado.
O segundo obstáculo do investimento consciente é diferenciar o que você pode comprar do que você merece comprar. Todos merecem ter muitas coisas. Mas o grupo de coisas que cada um pode ter é bem mais restrito. Todos gostariam de ter o carro do último modelo e de fato mereceriam tê-lo, mas comprá-lo sem poder reflete o pensamento imediatista do brasileiro, que pensa apenas no presente e se esquece do futuro. O ideal é pensar a longo prazo, com um ganho de riqueza sustentada, mas essa idéia não costuma ser praticada pelos brasileiros, que sempre tiveram suas vontades reprimidas e consomem desenfreadamente ao surgimento da primeira oportunidade de endividamento.
O terceiro obstáculo para se investir conscientemente é aprender a se planejar. Planejar significa ter um norte, saber para onde se está caminhando. Num plano, é necessário primeiro estabelecer objetivos, em segundo lugar estabelecer as metas (prazos e datas para se alcançar tais objetivos), em terceiro lugar estabelecer as diferentes alternativas para se atingir essas metas e em quarto lugar analisar qual a melhor alternativa para tal. Mas todo plano é sucetível a erros e percalços, portanto, ele deve ser constantemente reavaliado e, se necessário, alterado.
Um quarto obstáculo bastante importante é tomar decisões em cenário de incerteza. Um exemplo comum é a eleição para Presidente. Essa é uma época delicada em que não se sabe muito bem como o mercado reagirá frente às novas diretrizes econômicas do novo governo.
12 de março de 2010
Sustentablidade
Este post tem como objetivo ajudar a esclarecer o significado de uma palavra que está nas headlines dia-sim-dia-não. Verifiquei que muitas pessoas têm buscado durante os últimos anos na internet, em sites de busca, o significado da sustentabilidade, que nada tem a ver com plantar árvores. Por definição, crescimento sustentável é "promover o crescimento e desenvolvimento econômico sem comprometer o crescimento das futuras gerações". Isto significa que devemos utilizar os recursos naturais de forma que não faltem ou se esgotem no futuro, para que os descendentes que ainda estão por vir possam utilizá-los e promover seu próprio desenvolvimento contínuo e também sustentado.
Para tanto, tal desenvolvimento econômico sustentado deve ser baseado em matrizes energéticas renováveis que causem impactos ambientais reduzidos e reversíveis. Além disso, os processos industriais devem ser circuitos fechados que preveem a reutilização, a reciclagem e a recuperação energética de seus resíduos, os quais incluem não apenas o lixo das indústrias, mas também o lixo gerado no final da cadeia produtiva (lixo doméstico). As mesmas indústrias devem investir em tecnologias mais limpas que desperdiçam menos matéria-prima e geram menos resíduos a serem dispostos no ar, na água e no solo. A agricultura precisa também ter sistemas de captura de efluentes contendo resíduos de agrotóxicos de modo a evitar contaminação acima do aceitável em corpos d'água e daqueles que se utilizam destes corpos d'água. Enfim, a poluição e a utilização de recursos precisam ser menores, ou seja, a cadeia produtiva precisa ser mais eficaz e mais eficiente de modo a equilibrar o nosso padrão de consumo com a recuperação do meio ambiente.
Abaixo seguem algumas frases de pessoas influentes discorrendo sobre o tema:
Crescer sem roubar dos descendentes as possibilidades de crescimento
Fernando Gabeira, deputado.
A crise econômica mundial e as catástrofes ocasionadas por extremos climáticos devem ser encaradascomo circunscritas numa crise ainda maior, uma crise de humanidade. O que presenciamos no mercado financeiro é apenas o sintoma de algo mais grave, que não se restringe ao quadro atual, mas constitui-se numa opção equivocada por padrões de consumo e de desenvolvimento. É preciso mudar, com urgência e o caminho é lutar pela sustentabilidade. Mão se podem mais aceitar padrões de crescimento lastreados em uma perspectiva antropocêntrica extrema, arcaica, que entende os recursos naturais como insumos do processo produtivo, ignora o compromisso com as gerações futuras e vê a política ambiental apenas como entrave ao processo produtivo
Sarney Filho, deputado.
Paulo Skaf, presidente da Federação e do Centro da Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp).É premente, ainda, adequar os padrões produtivos à realidade de um mundo em processo de mudança climática e cada vez menos rico em recursos naturais. Nesse ccontexto, torna-se imprescindível a produção mais limpa, ou seja, os meios, tecnologias e processos que possibilitam a fabricação de bens e a prestação de serviços com menor consumo de recursos materiais, energéticos e geração mínima ou nula de poluentes
André Medici, consultor do Banco Mundial.As futuras gerações precisam ser educadas para a preservação e conservação do meio ambiente que é um bemde uso comum dos povos. Mas o compromisso começa com a nossa geração. Não somos donos da Terra, mas sim seus inquilinos e temos o dever de deixar a casa melhor do que a encontramos para as futuras gerações
Cristovam Buarque, senador.O atual modelo de desenvolvimento é depredador da natureza e criador de privilégios sociais. É um modelo sem futuro no longo prazo: por falta de base natural e social, pelo esgarçamento político. A sustentabilidade é a intenção de construir-se um modelo no qual: o crescimento não destrói a natureza, transforma-a, mantendo seu equilíbrio por reposição continuada; e a produção não se concentra, distribui-se permanentemente. Esse objetivo de sustentabilidade do modelo só será possível com uma mudança de mentalidade, sobre os propósitos da sociedade e com a formação de elevada capacidade científica e tecnológica. O caminho é uma revolução na educação, escola de máxima qualidade para todos
Serginho Groisman, apresentador.A mínima contribuição que podemos dar hoje ao meio ambiente, é melhor que a máxima contribuição que possamos dar no futuro. Pode não dar tempo
Na lógica do capitalismo, um empresário não investe um centavo um centavo a favor do meio ambiente e do crescimento sustentável sem que isso seja algo financeiramente interessante, é como um dogma. O desafio está em criar mecanismos que tornem essa prática sustentável realmente necessária à sobrevivência dos negócios, através de mecanismos. O governo pode fazer sua parte através da aplicação de uma tributação verde, que pune empresas com pior desempenho ambiental. Os bancos podem fazer sua parte com o facilitamento de empréstimos a empresas com melhor desempenho ambiental através de taxas mais baixas de juros. Até mesmo a população pode fazer sua parte mudando seu padrão de consumo visando diminuir sua pegada ecológica.
6 de março de 2010
Story of Stuff
Um vídeo intitulado Story of Stuff, sobre cadeia produtiva e impactos ambientais, tem sido bastante acessado no site do youtube. O vídeo é interessante e pode ser visto abaixo:
Após assisti-lo, resolvi colocá-lo aqui para fazer algumas considerações.
A princípio, o vídeo é bastante didático ao linearizar de forma bastante simples para o entendimento geral de como funciona o sistema produtivo que, segundo o filme, é dividido em extração, produção, consumo e disposição. O vídeo ainda tenta estabelecer uma forma de relação existente entre esse sistema e as pessoas, o governo e as empresas, que interagem com tal sistema.
A primeira crítica é sobre um dado que surge logo no início, quando a apresentadora diz "nas últimas três décadas apenas, um terço dos nossos recursos naturais já foram consumidos". A verdade é que não há condições de se quantificar quanto realmente existe de recursos naturais e, além disso, muitos são renováveis, como a água (até certo ponto). Vamos tomar o urânio no Brasil como exemplo: o Brasil possui a 5ª maior reserva deste recurso natural, hoje. Por quê hoje? Porque apenas 25% do nosso território foi mapeado à procura de urânio, o que pode significar que muitas outras regiões possuam este recurso natural. Portanto, o dado utilizado no vídeo é no mínimo questionável.
A visão apocalíptica que o vídeo passa sobre a relação entre os países de primeiro mundo que instalam suas indústrias em países do terceiro mundo como sendo algo terrível para os trabalhadores dos países mais pobres também é bastante superficial. Se pode ser ruim com essas indústrias, mas imagine sem elas. O desemprego e a falta de oportunidade pode ser algo muito pior do que trabalhar nessas indústrias. O capitalismo pode ser mesmo um sistema contraditório por oferecer desenvolvimento às custas do consumo exponencial dos recursos naturais, mas também é o responsável por retirar uma boa parcela da população mundial da miséria, de acordo com a história da humanidade.
Entretanto, o modo como o vídeo mostra o consumismo empurrando o motor do capitalismo é practicamente perfeito. A explicação dos conceitos de obsolescência planejada e obsolescência percebida são bastante didáticas, com exemplos bastante claros. Um tipo de atitude contrária ao do consumismo é a acumulação de capital, exemplificada em um livro de Gustavo Cerbasi, já denotado neste site previamente e pode ser acessado aqui. Entretanto, como o próprio vídeo demonstra, a acumulação de capital é um paradoxo para o capitalismo, porque essa prática diminui o consumismo e desacelera a economia, causando desemprego e cada vez menos consumo. Este é mais um dos paradoxos do capitalismo.
Por fim, outro ponto positivo é que a solução proposta possui uma visão não apenas de final-de-tubo, isto é, que pensa apenas no final do processo produtivo, no lixo, em reciclagem. Mas também levanta aspectos como desenvolvimento sustentável, produção de circuito fechado, tecnologias limpas, energia renovável, desperdício nulo etc.
Após assisti-lo, resolvi colocá-lo aqui para fazer algumas considerações.
A princípio, o vídeo é bastante didático ao linearizar de forma bastante simples para o entendimento geral de como funciona o sistema produtivo que, segundo o filme, é dividido em extração, produção, consumo e disposição. O vídeo ainda tenta estabelecer uma forma de relação existente entre esse sistema e as pessoas, o governo e as empresas, que interagem com tal sistema.
A primeira crítica é sobre um dado que surge logo no início, quando a apresentadora diz "nas últimas três décadas apenas, um terço dos nossos recursos naturais já foram consumidos". A verdade é que não há condições de se quantificar quanto realmente existe de recursos naturais e, além disso, muitos são renováveis, como a água (até certo ponto). Vamos tomar o urânio no Brasil como exemplo: o Brasil possui a 5ª maior reserva deste recurso natural, hoje. Por quê hoje? Porque apenas 25% do nosso território foi mapeado à procura de urânio, o que pode significar que muitas outras regiões possuam este recurso natural. Portanto, o dado utilizado no vídeo é no mínimo questionável.
A visão apocalíptica que o vídeo passa sobre a relação entre os países de primeiro mundo que instalam suas indústrias em países do terceiro mundo como sendo algo terrível para os trabalhadores dos países mais pobres também é bastante superficial. Se pode ser ruim com essas indústrias, mas imagine sem elas. O desemprego e a falta de oportunidade pode ser algo muito pior do que trabalhar nessas indústrias. O capitalismo pode ser mesmo um sistema contraditório por oferecer desenvolvimento às custas do consumo exponencial dos recursos naturais, mas também é o responsável por retirar uma boa parcela da população mundial da miséria, de acordo com a história da humanidade.
Entretanto, o modo como o vídeo mostra o consumismo empurrando o motor do capitalismo é practicamente perfeito. A explicação dos conceitos de obsolescência planejada e obsolescência percebida são bastante didáticas, com exemplos bastante claros. Um tipo de atitude contrária ao do consumismo é a acumulação de capital, exemplificada em um livro de Gustavo Cerbasi, já denotado neste site previamente e pode ser acessado aqui. Entretanto, como o próprio vídeo demonstra, a acumulação de capital é um paradoxo para o capitalismo, porque essa prática diminui o consumismo e desacelera a economia, causando desemprego e cada vez menos consumo. Este é mais um dos paradoxos do capitalismo.
Por fim, outro ponto positivo é que a solução proposta possui uma visão não apenas de final-de-tubo, isto é, que pensa apenas no final do processo produtivo, no lixo, em reciclagem. Mas também levanta aspectos como desenvolvimento sustentável, produção de circuito fechado, tecnologias limpas, energia renovável, desperdício nulo etc.
1 de março de 2010
Beleza Sustentável 2010
Por acreditar no desenvolvimento sustentável das empresas e do ser humano como o caminho para garantir o crescimento sócio-econômico satisfatório e continuado sem comprometer o futuro das próximas gerações, recomenda-se o evento Beleza Sustentável 2010, a ser realizado no HSBC Brasil nos próximos dias 10 e 11 de março. O autor do site estará lá para cobrir o evento.
O evento trará profissionais renomados em suas áreas, como o preparador físico Nuno Cobra, a especialista em relações interpessoais Rosana Braga e o já recomendado por este site e mestre em administração e finanças Gustavo Cerbasi, entre outros importantes especialistas em comportamento humano, a fim de apresentar ensinamentos sobre temas relacionados à vida Mental, Emocional, Física, Espiritual e Financeira. Além de palestras, o público presente terá acesso a tendas que oferecerão cinco métodos de terapias alternativas durante os dois dias de evento.
O desenvolvimento pleno do ser humano depende de vários aspectos, os quais sozinhos ou em conjunto, podem atrapalhar tal desenvolvimento. Esses aspectos são como as pernas de um tripé que sustenta o desenvolvimento do ser humano. O evento deve ser útil através de dicas sobre como conduzir os aspectos da mentalidade, emoção, fisiologia, espiritualidade e finanças com o intuito de proporcionar uma beleza sustentável.
AgroBase - Oportunidades de Emprego
Uma dica de site especializado em oportunidades relacionadas ao meio ambiente é o site AgroBase.
Neste site você encontra vários links para vagas de estágios, trainees e empregos em regime CLT. Todas essas vagas são ligadas à área do meio-ambiente, que conta com profissionais de Gestão Ambiental, Engenharia Ambiental, Engenharia Agrícola, Engenharia Florestal, Biologia, Agronomia, Zootecnia, Agropecuária, Nutrição, Veterinária e outros que possam estar relacionados à área de meio-ambiente e/ou agricultura.
O link para o site se encontra neste texto, logo no primeiro parágrafo, mas pode também ser acessado através do link existente na lateral direita da página, na seção de links recomendados.
Neste site você encontra vários links para vagas de estágios, trainees e empregos em regime CLT. Todas essas vagas são ligadas à área do meio-ambiente, que conta com profissionais de Gestão Ambiental, Engenharia Ambiental, Engenharia Agrícola, Engenharia Florestal, Biologia, Agronomia, Zootecnia, Agropecuária, Nutrição, Veterinária e outros que possam estar relacionados à área de meio-ambiente e/ou agricultura.
O link para o site se encontra neste texto, logo no primeiro parágrafo, mas pode também ser acessado através do link existente na lateral direita da página, na seção de links recomendados.
26 de fevereiro de 2010
Fundos de Investimento Socialmente Responsáveis - SRI
Um artigo, que pode ser encontrado aqui, publicado por Idália Antunes Cangussu Rezende analisa a rentabilidade de Fundos de Investimentos Socialmente Responsáveis, os quais selecionam empresas por meio de critérios sociais, ambientais e de governança corporativa. O estudo testa a performance (índice Sharpe) deste tipo de fundo de investimento através de uma metodologia que utiliza testes estatísticos como medida de performance para estes fundos de investimentos também conhecidos como SRI's (Socially Responsible Investiment).
Há uma percepção atualmente de que o alinhamento das empresas de acordo com uma perspectiva de visão focada em sustentabilidade e ecodesempenho seja diretamente proporcional à redução de custos e geração de mais recursos para a própria empresa e seus acionistas, entretanto as conclusões empíricas sobre a verocidade desta percepção não eram muito claras e motivaram a realização do estudo.
Resumindo, o artigo mostrou que os fundos SRI possuem rentabilidade semelhante aos fundos não SRI, ou seja, não foram constatadas evidências de que a competitividade econômica destas empresas que investem na sustentabilidade seja superior à competitividade de empresas que não praticam ações sustentáveis. Segundo o artigo, o conceito de sustentabilidade empresarial, que considera o crescimento econômico, a equidade social e o equilíbrio ecológico não resulta em vantagem competitiva ou benefício financeiro para as empresas, nem o contrário. É indiferente.
Entretanto, a crise de 2008/2009 e o consequente corte no staff das empresas se limitou a áreas que não estão relacionadas a funções ligadas à atividade ambiental. Nem replanejamento e remanejamento de recursos destinados a obras sócio-ambientais foram alteradas durante a crise de 2008, segundo a Diretora Setorial de Responsabilidade e Sustentabilidade da Febraban e Superintendente de Sustentabilidade e Comunicação Interna e Institucional do banco Itaú, Sonia Favaretto: "É claro que a reação não será uniforme, como em qualquer setor. O que podemos dizer é que vai depender do profissional à frente da área de sustentabilidade e do próprio banco. Se a prática da sustentabilidade ainda está numa agenda embrionária na instituição, é possível que haja um replanejamento. O que pra mim é uma visão míope, já que a sustentabilidade pode até alavancar os negócios".
O próprio vice-presidente do Itaú, Antônio Matias afirmou que este investimento poderia até aumentar: “É importante que nesse contexto o movimento da sustentabilidade seja visto como parte da solução desta crise, dando consistência às soluções apresentadas. É o momento para que a sustentabilidade seja vista como uma questão essencial para a perenidade dos negócios.”
Há uma percepção atualmente de que o alinhamento das empresas de acordo com uma perspectiva de visão focada em sustentabilidade e ecodesempenho seja diretamente proporcional à redução de custos e geração de mais recursos para a própria empresa e seus acionistas, entretanto as conclusões empíricas sobre a verocidade desta percepção não eram muito claras e motivaram a realização do estudo.
Resumindo, o artigo mostrou que os fundos SRI possuem rentabilidade semelhante aos fundos não SRI, ou seja, não foram constatadas evidências de que a competitividade econômica destas empresas que investem na sustentabilidade seja superior à competitividade de empresas que não praticam ações sustentáveis. Segundo o artigo, o conceito de sustentabilidade empresarial, que considera o crescimento econômico, a equidade social e o equilíbrio ecológico não resulta em vantagem competitiva ou benefício financeiro para as empresas, nem o contrário. É indiferente.
Entretanto, a crise de 2008/2009 e o consequente corte no staff das empresas se limitou a áreas que não estão relacionadas a funções ligadas à atividade ambiental. Nem replanejamento e remanejamento de recursos destinados a obras sócio-ambientais foram alteradas durante a crise de 2008, segundo a Diretora Setorial de Responsabilidade e Sustentabilidade da Febraban e Superintendente de Sustentabilidade e Comunicação Interna e Institucional do banco Itaú, Sonia Favaretto: "É claro que a reação não será uniforme, como em qualquer setor. O que podemos dizer é que vai depender do profissional à frente da área de sustentabilidade e do próprio banco. Se a prática da sustentabilidade ainda está numa agenda embrionária na instituição, é possível que haja um replanejamento. O que pra mim é uma visão míope, já que a sustentabilidade pode até alavancar os negócios".
O próprio vice-presidente do Itaú, Antônio Matias afirmou que este investimento poderia até aumentar: “É importante que nesse contexto o movimento da sustentabilidade seja visto como parte da solução desta crise, dando consistência às soluções apresentadas. É o momento para que a sustentabilidade seja vista como uma questão essencial para a perenidade dos negócios.”
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Investimentos Socialmente Responsáveis
25 de fevereiro de 2010
Agora é possível alterar a linguagem do blog para mais 8 línguas além do português no blog Investimentos e Sustentabilidade, clicando na bandeira do país desejado no canto superior direito da tela.
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24 de fevereiro de 2010
Bicicleta pode substituir o Automóvel
O Tejo from Abilio Vieira on Vimeo.
Este poético vídeo de Abílio Ferreira sobre uma belíssima ciclovia em Portugal à beira do rio Tejo tem rolado pela Internet e me inspirou a escrever sobre a viabilidade da substituição do automóvel pela bicicleta. Num cenário utópico, gostaria de imaginar um futuro com as marginais despoluídas e uma bela ciclovia como esta beirando-as. O ideal seria que a cidade de São Paulo possuísse um sistema 100% integrado de ciclovias nas principais vias, onde andar de bicicleta em faixas de rolamento comuns representa um perigo para os ciclistas. Mas infelizmente a cidade em sua região central é projetada apenas para circulação de pedestres e nas regiões adjacentes apenas para o uso do automóvel. Não há espaço para as bicicletas, que são o meio de transporte mais sustentável e ainda poderia proporcionar um ganho em qualidade de vida pelo exercício desprendido pelas pessoas que a utilizassem.
"É um desperdício queimar combustível para impulsionar um veículo que pesa, em média, duas toneladas, e trafega, na maior parte das vezes, com um único passageiro", segundo o professor Paulo Hilário Nascimento Saldiva, da Faculdade de Medicina da USP. O fato é que hoje na cidade de São Paulo, a frota de carros está tão grande que a velocidade média do automóvel, que antes era de 30km/h, hoje não chega nem a 10km/h dependendo do trecho percorrido. Uma bicicleta em velocidade baixa, perfeitamente praticável por qualquer ciclista, chegaria a pelo menos 15km/h em terreno plano. Num esforço um pouco maior, 30km/h são facilmente desenvolvidos na mesma situação. Resumindo, a bicicleta em São Paulo representa um meio de transporte mais eficaz que o automóvel no que tange a mobilidade e a autonomia.
Todos sabem que o custo do automóvel é incomparavelmente maior que o da bicicleta. De acordo com um trabalho feito por estudantes da Unicamp, o custo de um automóvel chega a ser 500% maior que o da bicicleta para um percurso urbano pouco menor que 10km, uma distância perfeitamente praticável para qualquer pessoa mesmo sendo sedentária. Sem contar o ganho em qualidade do ar e de vida. Dispensar a compra de um automóvel, pelo péssimo investimento que este representa, ou até mesmo economizar no gasto de combustível durante a semana representaria um enorme salto positivo na economia doméstica para muitos que hoje utilizam o carro, além do aumento na qualidade do ar e de vida já citados aqui.
Com o problema da segurança resolvido com a construção de ciclovias, o único porém que permanece é a falta de locais para estacionar essas bicicletas. Um serviço de locação de bicicleta poderia ser adotado em várias regiões de São Paulo a fim de solucionar este problema. Há um projeto em andamento de uma ciclovia beirando a marginal Pinheiros cujas informações podem ser encontradas aqui. O investimento neste meio de transporte será um grande passo na busca pela sustentabilidade da cidade de São Paulo.
20 de fevereiro de 2010
Fundos de Investimentos Verdes
A edição nº 140 deste mês da revista Você S/A divulgou alguns dados sobre fundos de investimentos "verdes", que segundo a publicação, podem ser de dois tipos: aqueles que incentivam projetos sustentáveis e os que investem no mercado de crédito de carbono. O primeiro tipo se trata de fundos para quem quer estimular empresas que tenham boas práticas de sustentabilidade. O destaque vai para o Fundo Ações Índice de Sustentabilidade Empresarial, lançado pelo Banco do Brasil em 2005 e cuja carteira é formada por ações de empresas que compõem o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), da BM&FBovespa. A rentabilidade do fundo em questão foi de 69% entre janeiro e dezembro de 2009, entretanto outros fundos que destinam parte da taxa de administração para projetos ambientais renderam menos, com rentabilidade semelhantes à da poupança e de outros investimentos como o CDB.
O segundo tipo de fundo de investimento "verde" é o que investe no mercado de crédito de carbono. Este é mais recente e tem como pioneiro no Brasil o Itaú Índice de Carbono Estratégia Protegida, o qual é associado ao índice de carbono Barclays Capital Global Carbon Índex Excess Return Euro e rendeu 0,27% entre setembro de 2009, mês de sua criação, a dezembro do mesmo ano. Mais expressivo foi o rendimento de 9,08% do Fundo Floresta Real do Grupo Santander, que investe em ativos de renda fixa e visa também neutralizar emissões de carbono do Grupo Santander por meio do reflorestamento, embora ainda precise da aprovação das Nações Unidas para recebimento dos créditos de carbono referentes à inclusão deste mecanismo como Mecanismo de Desenvolvimento Limpo.
Para recapitular, os créditos de carbono surgiram com o Protocolo de Quioto, o qual foi um acordo internacional assinado em 1997 e estipulou metas de redução dos gases geradores de efeito estufa (GEE's), como o gás carbônico e o metano, até 2012, em relação aos níveis de emissão registrados em 1990. Países mais poluidores, classificados como pertencentes ao Anexo I, se comprometeram a baixar suas emissões dentro do prazo estipulado. Entre eles estão Japão e União Européia.
A atuação dessas nações no nível de emissões se dá por uma legislação restritiva às indústrias, forçando-as a investir na redução da emissão dos GEE's através de certificados redução de emissão (CRE's), também conhecidos como créditos de carbono, que funcionam na prática como cotas para poluição. Por exemplo: uma empresa que tem como meta uma redução em 10% de suas emissões em um ano, receberá no começo do ano vigente uma cota de créditos de carbono referente a 90% de sua emissão total com referência na capacidade máxima de sua produção, sendo que esta deverá ao final do ano vigente apresentar créditos de carbono suficientes para cobrir todas as suas emissões. Caso isso não aconteça, a empresa é punida através de multa ou cessamento de suas atividades.
Fica a cargo da empresa deidir se investirá em novas tecnologias e sistemas de gestão a fim de reduzir suas emissões ou então negociar a compra de créditos de carbono de outras empresas que possuírem créditos não utilizados. Uma terceira opção é gerar créditos de carbono financiando Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL's) em países em desenvolvimento, pertencentes ao Anexo II. Os MDL's geralmente são tecnologias alternativas capazes de diminuir a emissão de indústrias em relação a outras tecnologias já existentes, entretanto isso precisa ser comprovado pelas Nações Unidas para que oficialmente sejam emitidos os créditos de carbono.
Os bancos, pela força que representam na economia, podem se tornar extremamente atuantes no fomento ao desenvolvimento sustentável, mas ainda são uma ferramenta bastante tímida neste ponto. Ao passo que estas mudanças ocorrerem, as empresas devem cada vez mais perceber como o investimento em desenvolvimento sustentável se reflete não só em ganhos com economia no processo produtivo e fortalecer a marca perante seus consumidores com a associação ao meio ambiente mas também por torná-la mais atraente a possíveis investidores interessados no crescimento sustentável da economia. A prática ainda está no início.
Embora a crise de 2008 e 2009 tenha feito o preço do crédito de carbono sofrer uma queda expressiva e a Conferência dos Líderes Mundiais em Copenhagen ter acabado em fracasso, o final da vigência do Protocolo de Quioto em 2012 não deve representar o final dos Créditos de Carbono. Os CRE's demonstram reação nos preços negociados neste início de 2010 e um novo acordo entre líderes mundiais deve ser assinado ainda este ano, a fim de se estabelecer novas metas de redução para 2050.
19 de fevereiro de 2010
Dinheiro - Os Segredos de Quem Tem
Gostaria de comentar este livro sobre educação financeira que acabei de ler e que achei muito bom como primeira leitura para "formar a base psicológica e trabalhar a postura com relação ao dinheiro". O livro é de autoria de Gustavo Cerbasi, especialista em Finanças Pessoais, autor também de outros livros como "Casais Inteligentes Enriquecem Juntos" e "Mais Tempo Mais Dinheiro".
A obra discorre sobre a "Conquista da Independência Financeira", assim chamada pelo autor, através de uma metodologia "a la Baby Steps" que nos ajuda a identificar os erros mais comuns de pessoas que sempre chegam no final do mês reclamando que estão no vermelho e mostra como evitar tais erros através da conscientização sobre o destino a que devem ser dadas as nossas receitas e através de um plano de enriquecimento que atinja a aposentadoria, que, no economês, significa garantir uma fonte de renda que pague as despesas sem precisarmos mexer na fonte geradora. Em outras palavras, desenvolver plenamente as atividades que sempre sonhamos sem precisar se preocupar em trabalhar nunca mais.
Alguns pontos do livro chamam a atenção, como a diferença cultural fundamental que existe entre o brasileiro e o americano médio em sua forma de pensar. O brasileiro, ao entrar na faculdade ou pouco tempo depois, começa a receber seu primeiro salário e a primeira coisa que faz é comprar um carro, um dos piores investimentos que existem, comprometendo boa parte de seu salário ou bolsa-estágio num financiamento em média de 3 anos por um bem que lhe tomará parte de sua receita e ainda desvalorizará cerca de 15% logo no momento em que se gira uma chave dentro da concessionária. Ali está escrita a primeira linha na busca pelo patrimônio por parte de um indivíduo que provavelmente viverá o resto de sua vida cercado de contas a pagar e que não lhe foram impostas, sem conseguir o que o jovem americano buscou desde o início quando passou a escrever a primeira linha de seu patrimônio: o primeiro milhão de dólares.
Por quê um milhão de dólares? Porque um milhão de dólares num fundo de investimento, a 1% ao mês de renda por exemplo, rende 10 mil dólares por mês, o que significa que a partir daquele momento ele não precisará mais trabalhar caso se atenha a retirar apenas esta quantia mensalmente para sempre, já que após um mês, na mesma taxa de retorno, ele terá outros 10 mil dólares limpinhos para ele gastar como quiser. Dessa forma, ele pode desenvolver qualquer atividade plenamente e com toda a tranqüilidade sem se preocupar em trabalhar nunca mais, ou seja, ele estará aposentado!
São também apresentadas pelo autor 4 razões para a pobreza: desprezo pelos pequenos valores, falta de esforço por uma boa negociação, falta de percepção financeira e não saber aonde se quer chegar. Em minha opinião, esta última merece principal destaque porque as pessoas que conheço em geral não sabem aonde querem chegar. E esta deve ser a principal razão da infelicidade de muitos que, embora ganhem muito dinheiro, não têm objetivo. O dinheiro na verdade é confundido por muitos como objetivo de vida, mas na verdade ele deveria ser um meio para que os seus objetivos de vida sejam concretizados. Em primeiro lugar vem saber aonde se quer chegar, determinar seus objetivos de vida. Então a partir daí se descobre quanto dinheiro é necessário e se elaboram planos para que isso se torne viável. Vale lembrar que muitas coisas que nos tornam realmente felizes não custam absolutamente nada em termos financeiros, como estar bem com a família e dormir tranqüilo.
A definição de salário presente na obra é bastante interessante e ilustra o que deve ser feito com ele. Através da metodologia dos 3 baldes, o autor mostra que se deve levar um padrão de vida abaixo do que o salário pode proporcionar naquele momento.
Nesta semana minha namorada comentou sobre uma pessoa extremamente simplória que ela vira e que, apesar de muito jovem e já com um filho para criar, esta carregava um celular de última geração. A crítica que faço, após ler o livro e ela descrever esta situação, é que o brasileiro é tão desprovido de percepção financeira que investe sua riqueza em bens de consumo que não retornarão nenhum ganho, pelo contrário, só mais pobreza. Comprar um celular, ou qualquer outro aparelho tecnológico, significa tornar cinzas o dinheiro que poderia ter sido investido em algo que tivesse um retorno, e tal retorno deve ser para sempre senão não adianta. Celulares, computadores e até mesmo carros sofrem constantes transformações intencionais e conseqüente desvalorização para que o motor do capitalismo seja estimulado: o consumo. O consumismo é isso: o gasto desenfreado e desnecessário com produtos, que podem ser supérfluos ou não.
A economia brasileira, segundo Cerbasi, está limitada em parte pela falta de poupança da população, que geralmente prefere gastar com bens materiais enquanto outra parte da população perde oportunidades de investimento, já que esse dinheiro gasto com bens de consumo sai dos bancos e não fica disponível para empréstimo àqueles que não o têm mas que podem investí-lo através desse financiamento. Os juros dos bancos acabam por ficar altos e isso implica encarecimento das taxas de juros de financiamentos.
A obra discorre sobre a "Conquista da Independência Financeira", assim chamada pelo autor, através de uma metodologia "a la Baby Steps" que nos ajuda a identificar os erros mais comuns de pessoas que sempre chegam no final do mês reclamando que estão no vermelho e mostra como evitar tais erros através da conscientização sobre o destino a que devem ser dadas as nossas receitas e através de um plano de enriquecimento que atinja a aposentadoria, que, no economês, significa garantir uma fonte de renda que pague as despesas sem precisarmos mexer na fonte geradora. Em outras palavras, desenvolver plenamente as atividades que sempre sonhamos sem precisar se preocupar em trabalhar nunca mais.
Alguns pontos do livro chamam a atenção, como a diferença cultural fundamental que existe entre o brasileiro e o americano médio em sua forma de pensar. O brasileiro, ao entrar na faculdade ou pouco tempo depois, começa a receber seu primeiro salário e a primeira coisa que faz é comprar um carro, um dos piores investimentos que existem, comprometendo boa parte de seu salário ou bolsa-estágio num financiamento em média de 3 anos por um bem que lhe tomará parte de sua receita e ainda desvalorizará cerca de 15% logo no momento em que se gira uma chave dentro da concessionária. Ali está escrita a primeira linha na busca pelo patrimônio por parte de um indivíduo que provavelmente viverá o resto de sua vida cercado de contas a pagar e que não lhe foram impostas, sem conseguir o que o jovem americano buscou desde o início quando passou a escrever a primeira linha de seu patrimônio: o primeiro milhão de dólares.
Por quê um milhão de dólares? Porque um milhão de dólares num fundo de investimento, a 1% ao mês de renda por exemplo, rende 10 mil dólares por mês, o que significa que a partir daquele momento ele não precisará mais trabalhar caso se atenha a retirar apenas esta quantia mensalmente para sempre, já que após um mês, na mesma taxa de retorno, ele terá outros 10 mil dólares limpinhos para ele gastar como quiser. Dessa forma, ele pode desenvolver qualquer atividade plenamente e com toda a tranqüilidade sem se preocupar em trabalhar nunca mais, ou seja, ele estará aposentado!
São também apresentadas pelo autor 4 razões para a pobreza: desprezo pelos pequenos valores, falta de esforço por uma boa negociação, falta de percepção financeira e não saber aonde se quer chegar. Em minha opinião, esta última merece principal destaque porque as pessoas que conheço em geral não sabem aonde querem chegar. E esta deve ser a principal razão da infelicidade de muitos que, embora ganhem muito dinheiro, não têm objetivo. O dinheiro na verdade é confundido por muitos como objetivo de vida, mas na verdade ele deveria ser um meio para que os seus objetivos de vida sejam concretizados. Em primeiro lugar vem saber aonde se quer chegar, determinar seus objetivos de vida. Então a partir daí se descobre quanto dinheiro é necessário e se elaboram planos para que isso se torne viável. Vale lembrar que muitas coisas que nos tornam realmente felizes não custam absolutamente nada em termos financeiros, como estar bem com a família e dormir tranqüilo.
Salário é uma espécie de indenização pelo tempo em que você abriu mão de seus projetos pessoais e de sua família, visando ter renda no futuro. Alguém lhe paga salário para que, com seu trabalho, você lhe proporcione ganhos maiores.
A definição de salário presente na obra é bastante interessante e ilustra o que deve ser feito com ele. Através da metodologia dos 3 baldes, o autor mostra que se deve levar um padrão de vida abaixo do que o salário pode proporcionar naquele momento.
Nesta semana minha namorada comentou sobre uma pessoa extremamente simplória que ela vira e que, apesar de muito jovem e já com um filho para criar, esta carregava um celular de última geração. A crítica que faço, após ler o livro e ela descrever esta situação, é que o brasileiro é tão desprovido de percepção financeira que investe sua riqueza em bens de consumo que não retornarão nenhum ganho, pelo contrário, só mais pobreza. Comprar um celular, ou qualquer outro aparelho tecnológico, significa tornar cinzas o dinheiro que poderia ter sido investido em algo que tivesse um retorno, e tal retorno deve ser para sempre senão não adianta. Celulares, computadores e até mesmo carros sofrem constantes transformações intencionais e conseqüente desvalorização para que o motor do capitalismo seja estimulado: o consumo. O consumismo é isso: o gasto desenfreado e desnecessário com produtos, que podem ser supérfluos ou não.
A economia brasileira, segundo Cerbasi, está limitada em parte pela falta de poupança da população, que geralmente prefere gastar com bens materiais enquanto outra parte da população perde oportunidades de investimento, já que esse dinheiro gasto com bens de consumo sai dos bancos e não fica disponível para empréstimo àqueles que não o têm mas que podem investí-lo através desse financiamento. Os juros dos bancos acabam por ficar altos e isso implica encarecimento das taxas de juros de financiamentos.
Se seu plano de investimentos é construído com disciplina, veja como todos ganham:Enfim, uma excelente leitura para quem procura se educar financeiramente.
- Você ganha porque estará construindo um futuro tranqüilo.
- Os necessitados ganham, pois com a vida estável haverá maior disposição para a doação.
- Seus filhos ganham, pois herdarão renda, e não bens (a renda pode continuar crescendo no tempo).
- Os bancos ganham se você investir em ativos financeiros.
- Corretores ganham se você investir em ativos reais, como imóveis e obras de arte.
- A economia como um todo ganha pois a partir do momento em que as pessoas se conscientizarem da importância de poupar e investir haverá mais dinheiro disponível girando na economia, o que fará com que os juros caiam.
18 de fevereiro de 2010
O que são créditos de carbono?
O Protocolo de Quioto foi um acordo internacional que estipulou metas de redução de emissão dos gases do efeito estufa até 2012. Países mais poluidores, classificados como pertencentes ao Anexo I, se comprometeram a baixar suas emissões dentro do prazo estipulado. Entre eles estão Japão e União Européia.
A atuação das nações no nível de emissões da mesma se dá por uma legislação restritiva a suas indústrias, forçando-as a investir na redução da emissão de gases de efeito estufa de forma a atingir as metas propostas pelo Protocolo de Quioto em 1997, referentes ao nível de emissões em 1990.
Todo país em desenvolvimento (não pertencente ao Anexo I) que implantar tecnologias propostas pelo MDL (mecanismos de desenvolvimento limpo) podem gerar CRE's (certificados de redução de emissão). Se uma termelétrica for substituída por uma usina de energia solar ou eólica, certamente muitas toneladas de dióxido de carbono deixarão de ser liberados todos os anos. Dessa forma, para cada tonelada de dióxido de carbono que deixa de ser produzida, um CRE é obtido.
O crédito de carbono nada mais é do que um CRE, o qual pode ser comercializado em bolsa. Dessa forma, os países do anexo I que não conseguirem atingir as metas de redução de emissão de gases de efeito estufa podem comprar esses créditos de carbono gerados por outras nações ou empresas. Ao passo que, indústrias do Anexo I que reduzem suas emissões abaixo do estipulado ou países em desenvolvimento que reduzem suas emissões através do MDL podem vender seus CRE's para outros.
Na BM&F já é possível comprar e vender créditos de carbono. Os créditos de carbono são contabilizados através da seguinte relação: 1 tonelada de dióxido de carbono que deixa de ser produzida equivale a um crédito de carbono. Há outros gases que também contribuem para o efeito estufa em proporções distintas. O metano, por exemplo, é 21 vezes mais poluente que o dióxido de carbono, portanto, reduzir 1 tonelada de metano produzida significa obter 21 créditos de carbono. 1 tonelada de dióxido de carbono está cotada hoje em US$15,00 ou US$18,00. Considerando que há um ano custavam US$5,00; estima-se que o valor deve subir para US$30,00 ou US$40,00 no período de implantação da meta imposta pelo Protocolo de Quioto.
Um exemplo dessa situação é a extração do petróleo em plataformas marítimas. Aquela flama que se vê saindo de uma chaminé é do metano sendo queimado e transformado em dióxido de carbono antes de ser liberado para a atmosfera. É menos impactante lançar ao ar livre o dióxido de carbono do que o metano, que possui capacidade de agravar o efeito estufa 21 vezes maior. A solução tem sido simplesmente queimar este gás.
O Brasil está em posição privilegiada neste contexto. Sendo um país que utiliza amplamente seus recursos hídricos, acaba por ter um índice de emissões inferior ao dos países desenvolvidos, podendo vender estas "cotas" de poluição.
Porém o futuro não parece ser tão promissor para o Brasil quanto parece. O baixo investimento no setor hidroelétrico e a iminente saturação de sua demanda de energia o colocou em uma situação complicada economica e estrategicamente. A meta de crescimento de 5% ao ano anunciada por Lula para os próximos 4 anos implica uma demanda energética para a qual não há oferta suficiente para suportar.
O plano do governo é instalar termelétricas, as quais são altamente poluentes e possuem baixo nível de produtividade. Dessa forma, a nossa vantagem no mercado de créditos de carbono fica seriamente ameaçada.
Em minha opinião uma decisão tomada por falta de planejamento. Em engenharia, considera-se um projeto de curto-prazo quando visa um período de até 10 anos; e a implantação de uma usina hidrelétrica leva pelo menos 8 anos, o que é muito tempo comparando-se a uma termelétrica que leva apenas 2 ou 3 anos, porém nada que não pudesse ter sido previsto no planejamento público.
A atuação das nações no nível de emissões da mesma se dá por uma legislação restritiva a suas indústrias, forçando-as a investir na redução da emissão de gases de efeito estufa de forma a atingir as metas propostas pelo Protocolo de Quioto em 1997, referentes ao nível de emissões em 1990.
Todo país em desenvolvimento (não pertencente ao Anexo I) que implantar tecnologias propostas pelo MDL (mecanismos de desenvolvimento limpo) podem gerar CRE's (certificados de redução de emissão). Se uma termelétrica for substituída por uma usina de energia solar ou eólica, certamente muitas toneladas de dióxido de carbono deixarão de ser liberados todos os anos. Dessa forma, para cada tonelada de dióxido de carbono que deixa de ser produzida, um CRE é obtido.
O crédito de carbono nada mais é do que um CRE, o qual pode ser comercializado em bolsa. Dessa forma, os países do anexo I que não conseguirem atingir as metas de redução de emissão de gases de efeito estufa podem comprar esses créditos de carbono gerados por outras nações ou empresas. Ao passo que, indústrias do Anexo I que reduzem suas emissões abaixo do estipulado ou países em desenvolvimento que reduzem suas emissões através do MDL podem vender seus CRE's para outros.
Na BM&F já é possível comprar e vender créditos de carbono. Os créditos de carbono são contabilizados através da seguinte relação: 1 tonelada de dióxido de carbono que deixa de ser produzida equivale a um crédito de carbono. Há outros gases que também contribuem para o efeito estufa em proporções distintas. O metano, por exemplo, é 21 vezes mais poluente que o dióxido de carbono, portanto, reduzir 1 tonelada de metano produzida significa obter 21 créditos de carbono. 1 tonelada de dióxido de carbono está cotada hoje em US$15,00 ou US$18,00. Considerando que há um ano custavam US$5,00; estima-se que o valor deve subir para US$30,00 ou US$40,00 no período de implantação da meta imposta pelo Protocolo de Quioto.
Um exemplo dessa situação é a extração do petróleo em plataformas marítimas. Aquela flama que se vê saindo de uma chaminé é do metano sendo queimado e transformado em dióxido de carbono antes de ser liberado para a atmosfera. É menos impactante lançar ao ar livre o dióxido de carbono do que o metano, que possui capacidade de agravar o efeito estufa 21 vezes maior. A solução tem sido simplesmente queimar este gás.
O Brasil está em posição privilegiada neste contexto. Sendo um país que utiliza amplamente seus recursos hídricos, acaba por ter um índice de emissões inferior ao dos países desenvolvidos, podendo vender estas "cotas" de poluição.
Porém o futuro não parece ser tão promissor para o Brasil quanto parece. O baixo investimento no setor hidroelétrico e a iminente saturação de sua demanda de energia o colocou em uma situação complicada economica e estrategicamente. A meta de crescimento de 5% ao ano anunciada por Lula para os próximos 4 anos implica uma demanda energética para a qual não há oferta suficiente para suportar.
O plano do governo é instalar termelétricas, as quais são altamente poluentes e possuem baixo nível de produtividade. Dessa forma, a nossa vantagem no mercado de créditos de carbono fica seriamente ameaçada.
Em minha opinião uma decisão tomada por falta de planejamento. Em engenharia, considera-se um projeto de curto-prazo quando visa um período de até 10 anos; e a implantação de uma usina hidrelétrica leva pelo menos 8 anos, o que é muito tempo comparando-se a uma termelétrica que leva apenas 2 ou 3 anos, porém nada que não pudesse ter sido previsto no planejamento público.
Teorema de Coase: meio-ambiente e economia
"Suponhamos que Dick tenha um cachorro chamado Spot, que late e incomoda Jane, vizinha de Dick. Dick obtém um benefício por ser dono do cachorro, mas o cachorro confere uma externalidade negativa a Jane. Dick deve ser forçado a se livrar de Spot ou Jane deve ficar noites sem dormir por causa dos latidos de Spot?
Considere primeiro qual resultado é socialmente eficiente. Um planejador social, considerando as duas alternativas, compararia o benefício que Dick obtém da posse do cachorro com o custo imposto a Jane pelos latidos de Spot. Se o benefício exceder o custo, para Dick será eficiente ficar com o animal e para Jane, conviver com o barulho. Mas, se o custo for maior que o benefício, Dick deverá se livrar do cão.
De acordo com o Teorema de Coase, o mercado privado chegará ao resultado eficiente por si só. Como? Jane poderá simplesmente oferecer a Dick um pagamento para que se desfaça do cachorro. Dick aceitará se a quantia de dinheiro que Jane oferecer for maior do que o benefício de ficar com o cachorro.
Negociando o preço, Dick e Jane poderão sempre chegar a um resultado eficiente. Suponhamos, por exemplo, que Dick obtenha um benefício de $500 por manter o cachorro e que Jane arque com um custo de $800 por causa do barulho. Neste caso, Jane poderá oferecer um pagamento de $600 para que ele se livre do cão e Dick aceitará alegremente. As duas partes estarão em melhor situação do que antes e o resultado eficiente será atingido.
É possível, naturalmente, que Jane não esteja disposta a oferecer nenhum preço que Dick queira aceitar. Suponhamos, por exemplo, que Dick obtenha um benefício de $1.000 por manter o cachorro e que Jane arque com um custo de $800 provocado pelos latidos do cão. Neste caso, Dick recusaria qualquer oferta abaixo de $1.000 e Jane não ofereceria nenhum valor acima de $800. Neste caso, Dick ficaria com o cachorro. Dados os custos e benefícios, contudo, o resultado é eficiente.
Até aqui, admitimos que Dick tenha, por lei, direito de ficar com um cão que late. Em outras palavras, admitimos que Dick fique com o cachorro a menos que Jane lhe pague o bastante para convencê-lo a se desfazer do animal voluntariamente. Mas em que mudaria o resultado se Jane tivesse, por lei, direito à paz e à tranqüilidade?
De acordo com o Teorema de Coase, a distribuição inicial dos direitos não afeta a capacidade que o mercado tem de atingir um resultado eficiente. Suponhamos, por exemplo, que Jane tenha o direito legal de forçar Dick a se livrar do cachorro. Embora ter esse direito seja vantajoso para ela, provavelmente não mudará o resultado. Neste caso, Dick poderia pagar a Jane para que ela lhe permitisse ficar com o cão. Se o benefício de ficar com o cão para Dick exceder o custo do latido para Jane, os dois chegarão a um acordo que permita a Dick ficar com seu animal.
Embora Dick e Jane possam chegar ao resultado eficiente independentemente da distribuição inicial dos direitos, essa distribuição não é irrelevante: é ela que determina a distribuição do bem-estar econômico. O fato de Dick ter o direito a um cachorro que late ou Jane ter direito à paz e à tranqüilidade é que determina quem paga a quem no final da negociação. Mas, em qualquer um dos casos, as duas partes podem negociar entre si e resolver o problema da externalidade. Dick só ficará com o cachorro se o benefício exceder o custo.
Resumindo: o Teorema de Coase diz que os agentes econômicos privados podem solucionar o problema das externalidades entre si. Qualquer que seja a distribuição inicial dos direitos, as partes interessadas sempre podem chegar a um acordo no qual todos fiquem numa situação melhor e o resultado seja eficiente."
MANKIW, N. Gregory. Introdução à Economia. Tradução Allan Vidigal Hastings. 3ª edição. São Paulo: Thomson Learning, 2006.
De forma análoga, a situação descrita acima se aplica, mais do que nunca, aos impactos ambientais causados pela ação antropogênica. A emissão de material poluente por parte de uma indústria em um corpo de água usado para abastecimento da população é, guardadas as devidas proporções, exatamente a mesma situação de Dick e Jane.
Hipoteticamente, uma planta de produção de energia elétrica a partir de energia nuclear lança água quente como resíduo do sistema de refrigeração, o que significa uma externalidade aos posteriores consumidores desse recurso. O aumento de temperatura diminui a concentração dos gases dissolvidos no corpo d'água, inclusive o oxigênio, que é imprescindível à vida nos ecossistemas pluviais. Esse cenário implica a eutrofização do rio (morte dos animais auquáticos e sua posterior decomposição, tendo por conseqüência a proliferação de bactérias e algas que tampam a entrada da luz solar no corpo d'água). Além disso, a falta de "ar" no rio impactado dificulta a eliminação de partículas durante o processo de tratamento de água para posterior distribuição e consumo.
No final das contas, o prejudicado é o consumidor da água, que poderia ser comparado, a grosso modo, a Jane em nosso exemplo. O fato de o consumidor ser o indivíduo privilegiado no ponto de vista da lei, dá a ele a vantagem do bem-estar econômico. Em outras palavras, a Planta Nuclear arcará com o tratamento desse efluente se o benefício de não ser multada exceder o custo de tratamento da água.
Em meu ponto de vista, o governo, que é responsável por investimentos em tratamento desses efluentes, também estaria perdendo com esse mecanismo de impactação ambiental, já que acaba gastando mais recursos em conseqüência da poluição dos outros (não estou dizendo que o Estado também não seja um agente poluidor). Mas como o Estado não tem o beníficio do bem-estar social, citado anteriormente, acaba por ter que incentivar (pagar) empresas a diminuir a poluição de alguma forma em prol do próprio Estado.
Há também a possibilidade de mitigação (troca). É comum ver empresas como Souza Cruz, investir em obras sociais ou se responsabilizar por áreas de reserva ecológica e, ao mesmo tempo, manter suas atividades que envolvem a produção de tabaco e comercialização de cigarros, como se fosse uma troca. "Eu faço mal à sociedade mas em troca ajudo a sociedade de outra forma".
Dia Mundial Sem Carro
Os automóveis são o grande vilão na fatídica ampliação do Efeito Estufa por emitirem grande quantidade de gases a base de enxofre e carbono, sendo este último a maior causa do aquecimento global. Parece-me que o Dia Mundial Sem Carro, mostra que essa consciência já está presente em boa parte dos que se utilizam deste meio de transporte.
As montadoras já colocam à disposição do público carros capazes de suportar diferentes tipos de combustíveis, visando combater os preços da gasolina. A alta dos preços deste combustível desde a Crise Mundial do Petróleo na década de 70 confirma a teoria de que aumentar o valor de um bem pode não ter os efeitos esperados. Na época, os países membros da OPEP tinham como objetivo tornar maior a durabilidade do petróleo, mas provocou uma reação dos governos e empresas no sentido de investir em novas tecnologias a fim de substituir esse combustível. Foi uma reação de ordem simplesmente econômica e não pensada no meio-ambiente.
Já são encontrados nas concessionárias motorizações do tipo flex, que permite uso de gasolina ou álcool no Brasil. Na Europa existe situação semelhante porém com gasolina e diesel. Essa diferença ocorre devido aos subsídios do governo brasileiro ao diesel, já que boa parte do escoamento da produção nacional é feita por caminhões. Assim, apenas utilitários podem ser movidos a diesel no território nacional. O diesel é mais vantajoso que o álcool se levarmos em consideração a emissão de poluentes, já que é mais eficiente e produz mais energia. Mas se levarmos em consideração a sustentabilidade do diesel, perde feio para o álcool, que é uma fonte renovável.
No futuro, o panorama será um pouco diferente. As grandes montadoras pensam também na redução de emissão de gases. Para tal, estão sendo desenvolvidos formas híbridas de motorização aliando energia elétrica à combustíveis ordinários como gasolina, álcool e diesel. Aí sim estaremos ajudando a reduzir a poluição. Já existem protótipos viáveis técnica e comercialmente:
Citröen Cactus. Faz 33km/L e custaria cerca de R$ 60.000,00.
As motocicletas hoje já representam uma grande fonte de poluição, principalmente em cidades como São Paulo, onde há milhares delas e não há ainda uma legislação que obrigue as montadoras a reduzir as emissões das mesmas. Pode-se dizer que o governo ainda precisa fazer sua parte, não só na legislação mas também oferecendo um transporte público de qualidade que realmente faça a população preferir manter seu automóvel na garagem. A cidade de São Paulo precisa dar praferência ao transporte público. Algumas ciclovias seriam bem-vindas mas não resolverão, nem de longe o problema do trânsito e da poluição decorrente do excesso de carros na cidade.
Dia Sem Carro acontece em 56 cidades no país neste sábado
da Folha Online
O Dia Mundial Sem Carro será comemorado em 56 cidades brasileiras neste sábado (22). Em todo mundo, 1.800 cidades realizam a campanha, com a interdição de ruas e a realização de atividades que estimulem a população a deixar o carro em casa e procurar outras formas de transporte, principalmente a bicicleta.
O objetivo principal da campanha é melhorar a qualidade do ar nos municípios e, com isso, a qualidade de vida da população.
Para incentivar os municípios a criarem políticas públicas, o Ministério das Cidades lançou nesta sexta-feira o Caderno de Referência para Elaboração de Plano de Mobilidade por Bicicleta nas Cidades. A publicação traz orientações técnicas para as prefeituras integrarem a bicicleta ao sistema viário de suas cidades.
O caderno reúne dados sobre o uso da bicicleta no Brasil, como a produção e frota, extensão das ciclovias e ciclofaixas.
Habitação, urbanização e meio-ambiente
O estado de São Paulo possui um déficit habitacional de quase 8 milhões de unidades. A secretaria da habitação em conjunto à CDHU são responsáveis pelo planejamento e programação do desenvolvimento habitacional e saneamento em todo o território, atuando com mais relevância nos grandes centros ao redor de Campinas, São Paulo e baixada santista (considerando apenas os limites paulistas), onde os problemas de urbanização descontrolada e do processo de "periferização" das camadas mais pobres são mais intensos.
Atualmente, o mercado imobiliário só é capaz de atender à demanda da população com renda de pelo menos 5 salários mínimos. Abaixo dessa renda, o poder de compra e endividamento do "cidadão" não é capaz de mover significativamente o mercado construtor (quem não tem um teto para morar não pode sequer exercer seu direito de cidadania). Entretanto, quem recebe menos de 5 salários mínimos não é capaz nem ao menos de pagar um aluguel. O que acontece com essas pessoas? Dessa forma, o Estado atua como direcionador do setor da construção civil como grande comprador de moradias para a população de baixa renda. Entretanto, a política de contratação a preços fixos (ver post do dia 06/03) tem sido um grave problema no que se diz respeito à qualidade das unidades. Em obras de baixo valor, o lucro é ínfimo ou inexistente, portanto, as empreiteiras têm participado de licitações com valores abaixo do custo.
E o lucro? De onde vem? Vem da sub-contratação de funcionários sem treinamento ou carteira assinada e da redução da qualidade do empreendimento, podendo ser extendido até mesmo à falta de segurança em alguns casos. O governo tem criado mecanismos para combater o problema através de acordos com fornecedores e empreiteiras, garantindo padrões mínimos de qualidade para produção de material e mão-de-obra para construção. A empresa que participar da licitação, deve também apresentar o Plano de Qualidade da Obra, que atesta a qualidade do projeto por meio de fundações como a Vanzolini.
Além disso, o mercado imobiliário "periferiza" a população menos abastada, que sofre com a precariedade do transporte público e perde em qualidade de vida. O ideal é que as autoridades construam unidades habitacionais próximas aos locais onde essas pessoas se encontram e também proporcionem a ocupação das áreas centrais, as quais sofrem com processo de abandono e necessitam de medidas de adensamento, o que melhoraria a qualidade de vida desses beneficiários já que permaneceriam menos tempo no (superlotado e estressante) transporte público para se deslocar ao trabalho ou aos estudos (ver post do dia 09/09). Vamos fazer uma conta? Se o indivíduo levar 2 horas diárias para ir e voltar do trabalho ao invés de 4 horas, economizará após 15 anos o tempo suficiente para cursar 3 faculdades!!!
No entanto, construir habitações de baixa renda acabam por ser inviabilizadas em vários sítios próximos ao centro devido à extrema valorização imobiliária de algumas regiões. Nesse ponto, fica evidente a importância do subsídio governamental a estes empreendimentos com a doação do terreno para a construção ou então doação de prédios abandonados para posterior reforma ou implosão.
As diretrizes da pseudo-política de habitação estabelecem 3 áreas básicas de escopo: urbanização de favelas, regularização da "cidade ilegal" e requalificação de moradias. Em favelas como a do Jaguaré, próxima à Marginal Pinheiros em São Paulo, a grande quantidade de famílias não permite que as mesmas sejam deslocadas, sendo assim mais viável a urbanização da própria favela através da construção de habitações seguras, sarjetas, pavimentos, esgoto, postes de luz e abastecimento de água. O problema neste caso é que muitas famílias não aceitam participar do projeto porque estão acostumadas a não pagar por qualquer tipo de serviço ou imposto como água, luz, IPTU e prestação do imóvel.
Tendo em vista essa dificuldade compartilhada por muitos desfavorecidos, o governo criou o Crédito Solidário. Por meio da Caixa Econômica Federal, o Estado financia 100% do valor do imóvel, sem juros, com prestações fixas de 0,5% a.m. resultando no valor de R$170,00 já que o valor total da unidade é de R$34.000,00 no caso da CDHU (mas muitos não querem ou não podem pagar este valor). Esta parcela de financiamento popular responde por cerca de 40% do volume do montante total financiado no mercado imobiliário, ao passo que representa cerca de 80% em quantidade de finaciamentos neste mesmo mercado. Os financiamentos, tanto por parte das construtoras quanto dos compradores, somam 11% do volume do mercado imobiliário e a média de parcelamento é de 80% do valor total do imóvel. O Banco Real, por exemplo, permite o financiamento total do imóvel mediante promessa de garantia com o imóvel anterior. Essas facilidades de obtenção em linhas de crédito são causas do seu aumento de cerca de 50% a.a. desde 2004, o que inclusive aqueceu o mercado da construção civil (estagnado nos anos 90).
Os bancos têm criado restrições no tocante à sustentabilidade e não-impacto ao meio-ambiente por parte de empreiteiras e construtoras. Hoje, uma empreiteira que não se adequa a padrões internacionais de não-agressão não conseguem sequer ser correntistas de bancos como o Real ABN-AMRO Bank. Todas as empresas que apresentam projetos de diminiução comprovada dos impactos ambientais têm acesso facilitado a linhas de crédito em bancos privados como o citado anteriormente.
Outro problema é a questão da desapropriação de assentamentos de famílias em áreas de risco, mananciais e glebas privadas. A ocupação da cidade marcha em direção à periferia paulistana (extremo sul e leste da cidade), sendo mais relevante no sul às voltas da Represa Guarapiranga, fonte de abastecimento de água em São Paulo. O governo tem pago indenizações, que perduram desde os tempos da ditadura (podendo chegar a R$7.000,00 se for moradia de alvenaria), a essas pessoas que moram em áreas de risco e mananciais para que abandonem esses locais.Atualmente há 2 milhões de pessoas vivendo em áreas de mananciais, contribuindo para a poluição dos mesmos. É uma prática indiscutivelmente condenável e ineficiente porque não há preocupação com o destino dessas famílias, que fatalmente erguerão outro barraco em uma outra área de risco, manancial ou área privada. Temos aqui um grande exemplo de gasto acéfalo de dinheiro público e que obviamente não resolve o problema da moradia pública e se assemelha (se não for) uma política antiga de higienização da cidade. O correto seria fiscalizar e evitar que haja qualquer tipo de assentamento nessas regiões através dos instrumentos que o governo dispõe.
Um exemplo de desapropriação é a Serra do Mar, onde se encontram áreas de instabilidade e, no bairro da Água Fria, há mananciais utilizados pela Sabesp para abastecimento da região sul da Baixada Santista. Desapropriação não é coisa só de pobre, essa também atinge a mansão de um vereador com piscina e vista para a Serra. Tudo tem que ser muito bem estudado.
A nova vocação do estado de São Paulo para a cana-de-açúcar também é um novo fator de agravação da falta de habitação. Esse tipo de atividade cada vez mais mecanizada acaba por estimular o êxodo rural e nos remete novamente à questão da Reforma Agrária, que protegeria os direitos desses trabalhadores rurais à terra e não os submeteria aos grandes latifundiários. A Reforma Agrária seria uma solução para remover da abarrotada cidade de São Paulo aqueles que possuem vocação para a atividade do campo.
São Paulo possui déficit de 8 milhões de unidades, ao passo que há 5,5 milhões de imóveis vazios. Imóveis sub-utilizados, déficit social, falta de regularização de inúmeras unidades habitacionais ("cidade ilegal"), urbanização descontrolada, inadequação da tipologia das unidades (não adianta colocar famílias de 10 pessoas em apartamentos de 41m²) e violência urbana são alguns dos indicadores que atestam a ineficiente política pública habitacional, que, aliás, não existe. O que mais nos envergonha é pensar que há 10 anos atrás, um comitiva do México veio ao Brasil aprender sobre nossa forma de atender a essa demanda habitacional e hoje eles são um modelo para o mundo inteiro de um sistema que deu certo, um sistema grande e eficiente de oferecimento de moradias à população mais pobre.
A constituição nacional protege o direito à moradia e o descaso com os sem-teto e outras pessoas que vivem em moradias inseguras fere a própria constituição. Mas é fato que exclusão econômica (baixa renda) gera exclusão habitacional. Para que uma pessoa exerça seu papel de cidadã, precisa ter um teto para morar. Não ter um teto para morar significa não ter endereço, não ter emprego, não ter estudo, não ter crédito, não evoluir, não existir.
Atualmente, o mercado imobiliário só é capaz de atender à demanda da população com renda de pelo menos 5 salários mínimos. Abaixo dessa renda, o poder de compra e endividamento do "cidadão" não é capaz de mover significativamente o mercado construtor (quem não tem um teto para morar não pode sequer exercer seu direito de cidadania). Entretanto, quem recebe menos de 5 salários mínimos não é capaz nem ao menos de pagar um aluguel. O que acontece com essas pessoas? Dessa forma, o Estado atua como direcionador do setor da construção civil como grande comprador de moradias para a população de baixa renda. Entretanto, a política de contratação a preços fixos (ver post do dia 06/03) tem sido um grave problema no que se diz respeito à qualidade das unidades. Em obras de baixo valor, o lucro é ínfimo ou inexistente, portanto, as empreiteiras têm participado de licitações com valores abaixo do custo.
E o lucro? De onde vem? Vem da sub-contratação de funcionários sem treinamento ou carteira assinada e da redução da qualidade do empreendimento, podendo ser extendido até mesmo à falta de segurança em alguns casos. O governo tem criado mecanismos para combater o problema através de acordos com fornecedores e empreiteiras, garantindo padrões mínimos de qualidade para produção de material e mão-de-obra para construção. A empresa que participar da licitação, deve também apresentar o Plano de Qualidade da Obra, que atesta a qualidade do projeto por meio de fundações como a Vanzolini.
Além disso, o mercado imobiliário "periferiza" a população menos abastada, que sofre com a precariedade do transporte público e perde em qualidade de vida. O ideal é que as autoridades construam unidades habitacionais próximas aos locais onde essas pessoas se encontram e também proporcionem a ocupação das áreas centrais, as quais sofrem com processo de abandono e necessitam de medidas de adensamento, o que melhoraria a qualidade de vida desses beneficiários já que permaneceriam menos tempo no (superlotado e estressante) transporte público para se deslocar ao trabalho ou aos estudos (ver post do dia 09/09). Vamos fazer uma conta? Se o indivíduo levar 2 horas diárias para ir e voltar do trabalho ao invés de 4 horas, economizará após 15 anos o tempo suficiente para cursar 3 faculdades!!!
No entanto, construir habitações de baixa renda acabam por ser inviabilizadas em vários sítios próximos ao centro devido à extrema valorização imobiliária de algumas regiões. Nesse ponto, fica evidente a importância do subsídio governamental a estes empreendimentos com a doação do terreno para a construção ou então doação de prédios abandonados para posterior reforma ou implosão.
As diretrizes da pseudo-política de habitação estabelecem 3 áreas básicas de escopo: urbanização de favelas, regularização da "cidade ilegal" e requalificação de moradias. Em favelas como a do Jaguaré, próxima à Marginal Pinheiros em São Paulo, a grande quantidade de famílias não permite que as mesmas sejam deslocadas, sendo assim mais viável a urbanização da própria favela através da construção de habitações seguras, sarjetas, pavimentos, esgoto, postes de luz e abastecimento de água. O problema neste caso é que muitas famílias não aceitam participar do projeto porque estão acostumadas a não pagar por qualquer tipo de serviço ou imposto como água, luz, IPTU e prestação do imóvel.
Tendo em vista essa dificuldade compartilhada por muitos desfavorecidos, o governo criou o Crédito Solidário. Por meio da Caixa Econômica Federal, o Estado financia 100% do valor do imóvel, sem juros, com prestações fixas de 0,5% a.m. resultando no valor de R$170,00 já que o valor total da unidade é de R$34.000,00 no caso da CDHU (mas muitos não querem ou não podem pagar este valor). Esta parcela de financiamento popular responde por cerca de 40% do volume do montante total financiado no mercado imobiliário, ao passo que representa cerca de 80% em quantidade de finaciamentos neste mesmo mercado. Os financiamentos, tanto por parte das construtoras quanto dos compradores, somam 11% do volume do mercado imobiliário e a média de parcelamento é de 80% do valor total do imóvel. O Banco Real, por exemplo, permite o financiamento total do imóvel mediante promessa de garantia com o imóvel anterior. Essas facilidades de obtenção em linhas de crédito são causas do seu aumento de cerca de 50% a.a. desde 2004, o que inclusive aqueceu o mercado da construção civil (estagnado nos anos 90).
Os bancos têm criado restrições no tocante à sustentabilidade e não-impacto ao meio-ambiente por parte de empreiteiras e construtoras. Hoje, uma empreiteira que não se adequa a padrões internacionais de não-agressão não conseguem sequer ser correntistas de bancos como o Real ABN-AMRO Bank. Todas as empresas que apresentam projetos de diminiução comprovada dos impactos ambientais têm acesso facilitado a linhas de crédito em bancos privados como o citado anteriormente.
Outro problema é a questão da desapropriação de assentamentos de famílias em áreas de risco, mananciais e glebas privadas. A ocupação da cidade marcha em direção à periferia paulistana (extremo sul e leste da cidade), sendo mais relevante no sul às voltas da Represa Guarapiranga, fonte de abastecimento de água em São Paulo. O governo tem pago indenizações, que perduram desde os tempos da ditadura (podendo chegar a R$7.000,00 se for moradia de alvenaria), a essas pessoas que moram em áreas de risco e mananciais para que abandonem esses locais.Atualmente há 2 milhões de pessoas vivendo em áreas de mananciais, contribuindo para a poluição dos mesmos. É uma prática indiscutivelmente condenável e ineficiente porque não há preocupação com o destino dessas famílias, que fatalmente erguerão outro barraco em uma outra área de risco, manancial ou área privada. Temos aqui um grande exemplo de gasto acéfalo de dinheiro público e que obviamente não resolve o problema da moradia pública e se assemelha (se não for) uma política antiga de higienização da cidade. O correto seria fiscalizar e evitar que haja qualquer tipo de assentamento nessas regiões através dos instrumentos que o governo dispõe.
Um exemplo de desapropriação é a Serra do Mar, onde se encontram áreas de instabilidade e, no bairro da Água Fria, há mananciais utilizados pela Sabesp para abastecimento da região sul da Baixada Santista. Desapropriação não é coisa só de pobre, essa também atinge a mansão de um vereador com piscina e vista para a Serra. Tudo tem que ser muito bem estudado.
A nova vocação do estado de São Paulo para a cana-de-açúcar também é um novo fator de agravação da falta de habitação. Esse tipo de atividade cada vez mais mecanizada acaba por estimular o êxodo rural e nos remete novamente à questão da Reforma Agrária, que protegeria os direitos desses trabalhadores rurais à terra e não os submeteria aos grandes latifundiários. A Reforma Agrária seria uma solução para remover da abarrotada cidade de São Paulo aqueles que possuem vocação para a atividade do campo.
São Paulo possui déficit de 8 milhões de unidades, ao passo que há 5,5 milhões de imóveis vazios. Imóveis sub-utilizados, déficit social, falta de regularização de inúmeras unidades habitacionais ("cidade ilegal"), urbanização descontrolada, inadequação da tipologia das unidades (não adianta colocar famílias de 10 pessoas em apartamentos de 41m²) e violência urbana são alguns dos indicadores que atestam a ineficiente política pública habitacional, que, aliás, não existe. O que mais nos envergonha é pensar que há 10 anos atrás, um comitiva do México veio ao Brasil aprender sobre nossa forma de atender a essa demanda habitacional e hoje eles são um modelo para o mundo inteiro de um sistema que deu certo, um sistema grande e eficiente de oferecimento de moradias à população mais pobre.
A constituição nacional protege o direito à moradia e o descaso com os sem-teto e outras pessoas que vivem em moradias inseguras fere a própria constituição. Mas é fato que exclusão econômica (baixa renda) gera exclusão habitacional. Para que uma pessoa exerça seu papel de cidadã, precisa ter um teto para morar. Não ter um teto para morar significa não ter endereço, não ter emprego, não ter estudo, não ter crédito, não evoluir, não existir.
"Política habitacional?! Isso existe?! O processo de urbanização é uma palhaçada. Ela é totalmente regida pelo mercado imobiliário."
Cogeração: sustentabilidade é agora
Sustentabilidade é a palavra do século. Nesta semana um amigo, Sérgio Lagoa, comentou sobre este processo que promove a sustentabilidade. Entretanto não estamos falando do futuro, mas sim do presente. A cogeração consiste em produzir energia elétrica e térmica simultaneamente a partir de um combustível comum ou, melhor ainda, a partir de resíduos da atividade industrial.
Todos devemos saber que a atividade humana fatalmente produz muitos resíduos, principalmente lixo proveniente de atividades domésticas, industriais e da construção civil. Tudo que transformamos, em processos antropogênicos, gera produtos desinteressantes. O que devemos fazer com isso? Em geral, o transporte desse lixo infelizmente inviabiliza economicamente a reciclagem do mesmo, principalmente em cidades como São Paulo, que produz quantidades astronômicas de resíduos e possui apenas uma estação cadastrada para reaproveitamento de resíduos da construção civil, por exemplo. Imagine se vale a pena pagar para um caminhão transportar lixo no trânsito caótico de São Paulo (ver post do dia 09/09) por um percurso de, em alguns casos, 40 quilômetros! Inviável...
Em uma indústria de embalagens chamada INAPEL, localizada em Guarulhos (São Paulo), Sérgio ajudou a implantar um sistema de cogeração movido a gás natural. Este processo permite que a planta seja capaz de atingir um nível de eficiência beirando os 90%. Para se ter uma idéia, um carro movido a gasolina aproveita em média apenas 30% da energia contida em seu combustível.
A indústria de papel e plásticos produz muitos dejetos agressores de corpos d'água e da atmosfera, causando um déficit ambiental grave. As regulamentações impostas pelo governo a partir da década de setenta demandam investimentos por parte dessas indústrias de forma a minimizar o dano ocasionado, o que resulta em encarecimento dos produtos e impactos na economia. Essas externalidades podem ser generalizadas para a escala mundial, o que significa um impacto na economia mundial somente devido a passivos ambientais causados por indústrias.
Portanto, a otimização da produção energética na indústria através da cogeração traz benefícios não só do ponto de vista da auto-suficiência energética, mas também do ponto de vista econômico do mercado. O capital que antes era "queimado" na forma de combustível não aproveitado agora pode ser empregado no tratamento de emissões da indústria e, conseqüentemente, é capaz de beneficiar a oferta dos produtos oferecidos pela fábrica em questão de modo a melhor atender sua demanda no mercado.
É uma forma inteligente e eficiente de controle do meio-ambiente, A alternativa é capaz de ao menos minimizar drasticamente o problema ambiental sem que seja necessária a tributação. Temos aqui um exemplo claro do Teorema de Coase: o governo, ao incentivar indústrias a implantarem processos de cogeração, estão trazendo benefícios tanto para as empresas quanto para si mesmo.
A sustentabilidade é uma realidade!
Acesse: http://www.inapel.com.br/
Todos devemos saber que a atividade humana fatalmente produz muitos resíduos, principalmente lixo proveniente de atividades domésticas, industriais e da construção civil. Tudo que transformamos, em processos antropogênicos, gera produtos desinteressantes. O que devemos fazer com isso? Em geral, o transporte desse lixo infelizmente inviabiliza economicamente a reciclagem do mesmo, principalmente em cidades como São Paulo, que produz quantidades astronômicas de resíduos e possui apenas uma estação cadastrada para reaproveitamento de resíduos da construção civil, por exemplo. Imagine se vale a pena pagar para um caminhão transportar lixo no trânsito caótico de São Paulo (ver post do dia 09/09) por um percurso de, em alguns casos, 40 quilômetros! Inviável...
Em uma indústria de embalagens chamada INAPEL, localizada em Guarulhos (São Paulo), Sérgio ajudou a implantar um sistema de cogeração movido a gás natural. Este processo permite que a planta seja capaz de atingir um nível de eficiência beirando os 90%. Para se ter uma idéia, um carro movido a gasolina aproveita em média apenas 30% da energia contida em seu combustível.
A indústria de papel e plásticos produz muitos dejetos agressores de corpos d'água e da atmosfera, causando um déficit ambiental grave. As regulamentações impostas pelo governo a partir da década de setenta demandam investimentos por parte dessas indústrias de forma a minimizar o dano ocasionado, o que resulta em encarecimento dos produtos e impactos na economia. Essas externalidades podem ser generalizadas para a escala mundial, o que significa um impacto na economia mundial somente devido a passivos ambientais causados por indústrias.
Portanto, a otimização da produção energética na indústria através da cogeração traz benefícios não só do ponto de vista da auto-suficiência energética, mas também do ponto de vista econômico do mercado. O capital que antes era "queimado" na forma de combustível não aproveitado agora pode ser empregado no tratamento de emissões da indústria e, conseqüentemente, é capaz de beneficiar a oferta dos produtos oferecidos pela fábrica em questão de modo a melhor atender sua demanda no mercado.
É uma forma inteligente e eficiente de controle do meio-ambiente, A alternativa é capaz de ao menos minimizar drasticamente o problema ambiental sem que seja necessária a tributação. Temos aqui um exemplo claro do Teorema de Coase: o governo, ao incentivar indústrias a implantarem processos de cogeração, estão trazendo benefícios tanto para as empresas quanto para si mesmo.
A sustentabilidade é uma realidade!
Acesse: http://www.inapel.com.br/
Confiabilidade do sistema de tratamento de água
O sistema de tratamento de água para o abastecimento da população paulistana é confiável? Nem tanto assim...
O processo tem 3 fases principais: cloração, floculação e filtração. A cloração tem como principal objetivo erradicar possíveis microorganismos patogênicos, como bactérias e protozoários, além de auxiliar no processo de eliminação de algumas substâncias indesejáveis, seja por fatores estéticos ou químicos. Utiliza-se, como parâmetro para potabilidade da água, entre outros, a incidência de bactérias na amostra coletada a partir da água tratada.
O que questiono aqui é o uso de bactérias patológicas como padrão para determinar a potabilidade da água. Estaria tudo bem, não fosse um outro agente patogênico: os vírus. São seres muito menores, mais simples, mais resistentes e às vezes muito mais perigosos que as bactérias. Além disso, são responsáveis por doenças como raiva, caxumba, rubéola, sarampo, hepatite, dengue, poliomielite, febre amarela, AIDS e alguns tipos de câncer. Infelizmente, não ter bactérias na água não significa que não haja vírus.
Mas a situação não é tão alarmante. Nas estações de tratamento de água para abastecimento, pratica-se a hipercloração da água, o que permite reduzir satisfatoriamente a incidência de vírus no corpo d'água, embora não haja um controle sobre este parâmetro. Tomar água hiperclorada é altamente prejudicial à saúde mas como o cloro é volátil, sua concentração não é tóxica quando chega às torneiras da população. Sua característica residual, também permite eliminar possíveis contaminações na tubulação (velha) de distribuição da água.
O caso das estações de tratamento de água de reuso é mais crítico. A cloração não é rigidamente controlada , tampouco é feita em níveis satisfatórios. Portanto não há garantia alguma de que essa água possa ter salobridade para o contato humano. Apesar de não ser usada diretamente para consumo, é utilizada por exemplo na irrigação de plantações. Daí a necessidade de se higienizar bem alimentos a serem consumidos.
O processo tem 3 fases principais: cloração, floculação e filtração. A cloração tem como principal objetivo erradicar possíveis microorganismos patogênicos, como bactérias e protozoários, além de auxiliar no processo de eliminação de algumas substâncias indesejáveis, seja por fatores estéticos ou químicos. Utiliza-se, como parâmetro para potabilidade da água, entre outros, a incidência de bactérias na amostra coletada a partir da água tratada.
O que questiono aqui é o uso de bactérias patológicas como padrão para determinar a potabilidade da água. Estaria tudo bem, não fosse um outro agente patogênico: os vírus. São seres muito menores, mais simples, mais resistentes e às vezes muito mais perigosos que as bactérias. Além disso, são responsáveis por doenças como raiva, caxumba, rubéola, sarampo, hepatite, dengue, poliomielite, febre amarela, AIDS e alguns tipos de câncer. Infelizmente, não ter bactérias na água não significa que não haja vírus.
Mas a situação não é tão alarmante. Nas estações de tratamento de água para abastecimento, pratica-se a hipercloração da água, o que permite reduzir satisfatoriamente a incidência de vírus no corpo d'água, embora não haja um controle sobre este parâmetro. Tomar água hiperclorada é altamente prejudicial à saúde mas como o cloro é volátil, sua concentração não é tóxica quando chega às torneiras da população. Sua característica residual, também permite eliminar possíveis contaminações na tubulação (velha) de distribuição da água.
O caso das estações de tratamento de água de reuso é mais crítico. A cloração não é rigidamente controlada , tampouco é feita em níveis satisfatórios. Portanto não há garantia alguma de que essa água possa ter salobridade para o contato humano. Apesar de não ser usada diretamente para consumo, é utilizada por exemplo na irrigação de plantações. Daí a necessidade de se higienizar bem alimentos a serem consumidos.
Transporte público em São Paulo: solução para o caos ou a razão dele?
Todos os dias dirijo na Marginal do Tietê e vejo aquele trânsito monstro, com infinitos carros e caminhões emitindo gases de enxofre e carbono, potencializadores do efeito estufa. São Paulo tem muitos carros (aproximadamente 5 milhões) e poucos ônibus (aproximadamente 15.000), o que implica trânsito caótico e poluição além do aceitável. O primeiro é fonte de estresse, atraso e acidentes; já o segundo é a razão de doenças respiratórias, ilhas de calor sobre o município e baixa qualidade de vida.
Sempre que se fala em transporte público, não dá para não citar Curitiba, considerada pela UNESCO uma das 60 cidades-modelo. Operando com cerca de 1.900 ônibus que transportam meio milhão de passageiros e com grau de satisfação beirando 90% dos usuários, o município com população cerca de dez vezes menor que São Paulo é referência mundial em transporte público. A receita é simples: baixa relação de usuários por ônibus (263 contra os 467 de São Paulo) e alta eficiência na locomoção desses veículos com o sistema de terminais, estações-tubo e faixas exclusivas de ônibus.
Idéia semelhante foi adotada em São Paulo durante o mandato da ex-prefeita Marta Suplicy, com a implantação de corredores de ônibus em diversas vias de tráfego pesado, como as avenidas Rebouças, Eusébio Matoso, Ibirapuera e Paulista. Está previsto para este ano um novo corredor na avenida Sumaré. Acredito que a idéia mais sensata é estimular o uso do transporte público pela população através do oferecimento de um sistema eficiente e de qualidade, alcançado apenas com medidas deste cunho. Não há vantagem, sócio-econômica e jurídica, em desapropriar imóveis para ampliação e construção de vias para facilitar o fluxo de automóveis.
Espero o dia em que verei mais ônibus na Marginal Tietê do que carros. Se o transporte coletivo tivesse qualidade e eficiência, estaria disposto a manter o carro na garagem durante a semana.
Sempre que se fala em transporte público, não dá para não citar Curitiba, considerada pela UNESCO uma das 60 cidades-modelo. Operando com cerca de 1.900 ônibus que transportam meio milhão de passageiros e com grau de satisfação beirando 90% dos usuários, o município com população cerca de dez vezes menor que São Paulo é referência mundial em transporte público. A receita é simples: baixa relação de usuários por ônibus (263 contra os 467 de São Paulo) e alta eficiência na locomoção desses veículos com o sistema de terminais, estações-tubo e faixas exclusivas de ônibus.
Idéia semelhante foi adotada em São Paulo durante o mandato da ex-prefeita Marta Suplicy, com a implantação de corredores de ônibus em diversas vias de tráfego pesado, como as avenidas Rebouças, Eusébio Matoso, Ibirapuera e Paulista. Está previsto para este ano um novo corredor na avenida Sumaré. Acredito que a idéia mais sensata é estimular o uso do transporte público pela população através do oferecimento de um sistema eficiente e de qualidade, alcançado apenas com medidas deste cunho. Não há vantagem, sócio-econômica e jurídica, em desapropriar imóveis para ampliação e construção de vias para facilitar o fluxo de automóveis.
Espero o dia em que verei mais ônibus na Marginal Tietê do que carros. Se o transporte coletivo tivesse qualidade e eficiência, estaria disposto a manter o carro na garagem durante a semana.
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