24 de fevereiro de 2010

Bicicleta pode substituir o Automóvel


O Tejo from Abilio Vieira on Vimeo.

Este poético vídeo de Abílio Ferreira sobre uma belíssima ciclovia em Portugal à beira do rio Tejo tem rolado pela Internet e me inspirou a escrever sobre a viabilidade da substituição do automóvel pela bicicleta. Num cenário utópico, gostaria de imaginar um futuro com as marginais despoluídas e uma bela ciclovia como esta beirando-as. O ideal seria que a cidade de São Paulo possuísse um sistema 100% integrado de ciclovias nas principais vias, onde andar de bicicleta em faixas de rolamento comuns representa um perigo para os ciclistas. Mas infelizmente a cidade em sua região central é projetada apenas para circulação de pedestres e nas regiões adjacentes apenas para o uso do automóvel. Não há espaço para as bicicletas, que são o meio de transporte mais sustentável e ainda poderia proporcionar um ganho em qualidade de vida pelo exercício desprendido pelas pessoas que a utilizassem.


"É um desperdício queimar combustível para impulsionar um veículo que pesa, em média, duas toneladas, e trafega, na maior parte das vezes, com um único passageiro", segundo o professor Paulo Hilário Nascimento Saldiva, da Faculdade de Medicina da USP. O fato é que hoje na cidade de São Paulo, a frota de carros está tão grande que a velocidade média do automóvel, que antes era de 30km/h, hoje não chega nem a 10km/h dependendo do trecho percorrido. Uma bicicleta em velocidade baixa, perfeitamente praticável por qualquer ciclista, chegaria a pelo menos 15km/h em terreno plano. Num esforço um pouco maior, 30km/h são facilmente desenvolvidos na mesma situação. Resumindo, a bicicleta em São Paulo representa um meio de transporte mais eficaz que o automóvel no que tange a mobilidade e a autonomia.

Todos sabem que o custo do automóvel é incomparavelmente maior que o da bicicleta. De acordo com um trabalho feito por estudantes da Unicamp, o custo de um automóvel chega a ser 500% maior que o da bicicleta para um percurso urbano pouco menor que 10km, uma distância perfeitamente praticável para qualquer pessoa mesmo sendo sedentária. Sem contar o ganho em qualidade do ar e de vida. Dispensar a compra de um automóvel, pelo péssimo investimento que este representa, ou até mesmo economizar no gasto de combustível durante a semana representaria um enorme salto positivo na economia doméstica para muitos que hoje utilizam o carro, além do aumento na qualidade do ar e de vida já citados aqui.

Com o problema da segurança resolvido com a construção de ciclovias, o único porém que permanece é a falta de locais para estacionar essas bicicletas. Um serviço de locação de bicicleta poderia ser adotado em várias regiões de São Paulo a fim de solucionar este problema. Há um projeto em andamento de uma ciclovia beirando a marginal Pinheiros cujas informações podem ser encontradas aqui. O investimento neste meio de transporte será um grande passo na busca pela sustentabilidade da cidade de São Paulo.

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