18 de fevereiro de 2010

Honda e o meio-ambiente

O novo carro da Honda para a temporada 2007 me chamou a atenção pela sua audaciosidade em utilizar um tema que está na moda para impulsionar seu objetivo de aumentar as vendas de automóveis no mundo todo (afinal, ela está alí pra isso!).


A conta é simples: uma marca como a Honda tem um patrimonio de cerca de 80 bilhões de dólares. Um aumento de apenas 2% em sua receita já compensaria o investimento de cerca de 200 milhões de dólares anuais exigidos pela F1, já que teria um retorno de mais de 1 bilhão na pior das hipóteses.

Eu achava que no Japão só havia bons engenheiros, mas descobri que também existem bons publicitários na terra do sol nascente. Ótima idéia! Afinal, um assunto que está nas headlines "dia sim dia não" merece atenção à sua altura nos meios de comunicação.


A idéia deles é encher o carro com os nossos nomes. Entrando no site http://www.myearthdream.com/ você pode fazer uma doação entre 2 e 10.000 libras esterlinas e ter o direito de ter seu nome estampado no bólido no dia 12 de março de 2007 (abertura da temporada). Mas não basta ter dinheiro, você deve fazer uma promessa de ajudar o meio-ambiente de alguma forma, seja plantando árvores ou fechando a torneira quando for escovar os dentes.

Na minha opinião isso não passa de puro marketing que nada tem a ver com ajudar a solucionar o problema. Não passa de uma cínica preocupação com o assunto, apesar de que os carros dessa marca são os que menos agridem o meio-ambiente no mundo todo (o Honda Fit faz 20km/L na cidade) e são pioneiros na pesquisa de fontes alternativas para carros de rua.

A grande diferença entre um país que respeita o meio-ambiente e um país que não, não está na educação das pessoas, em ensinar a fechar a torneira quando for escovar os dentes, isso é balela, é tapar o sol com a peneira! O caminho é criar formas de reaproveitamento de dejectos realmente eficientes. A Alemanha por exemplo consegue reaproveitar 70% de toda a água que entra nos dutos de saneamento. Se eles querem de fato fazer a diferença, vão ter que fazer muito mais que incentivar o uso de transporte público, ou fechar a torneira quando não a usamos.

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