O Washington Post publicou uma notícia há cerca de 2 anos sobre um novo impulsionador da expansão da fronteira agrícola: a cana-de-açúcar. Ela é a nova ameaça, não só para a Amazônia, mas também para o Cerrado. Esse problema já é antigo com a migração dos sulistas à região do cerrado para criação de gado e cultivo de soja. Desde então a amazônia tem diminuído, recuado. O cultivo da cana só vem a agravar um problema já antigo. Confira a notícia na íntegra aqui: http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2007/07/30/AR2007073001484.html
O desmatamento da região amazônica tem implicações gravíssimas no sistema da região. O solo é argiloso, impermeável e incapaz de reter nutrientes por si só. Combinando este fator físico à chuva (cada vez mais) ácida que hipoteticamente cairia diretamente sobre o solo carente de cobertura vegetal, formar-se-ia um deserto no lugar da floresta tropical. Além disto, perderíamos muito em plantas e variedades importantíssimas para a pesquisa da indústria farmacológica, além da necessidade de se preservar o potencial hídrico da região. Embora não seja propícia para instalação de usinas hidrelétricas (o que seria totalmente desnecessário), a bacia hidrográfica do Amazonas é uma rara e importantíssima fonte de água potável e meio de transporte fluvial. A bacia amazônica secaria, num caso extremo.
A nova ameaça aos ecossistemas do Cerrado e da Amazônia, a cana-de-açúcar, tem como origem os esforços do governo federal e entidades privadas em oferecer fontes alternativas de combustível para os milhões de automóveis existentes no país. E a bola da vez é o álcool, mais barato que a gasolina e com tecnologia para sua produção já desenvolvida.
O cultivo de cana-de-açúcar é extremamente impactante, muito mais do que o cultivo de soja e a criação de gado. Isso devido à prática da queima do solo, que gera poluição do ar com liberação de gases amplificadores de efeito estufa e também degradação do solo queimado. A queima da cana é uma prática proibida por lei, entretanto continua a ser efetuada continuamente. No mês de junho estive viajando durante a noite no interior de São Paulo, o maior estado no cultivo de cana, e tive sérios problemas pra trafegar na estrada. Mal se podia enxergar o pavimento devido à densa fumaça proveniente da queima de cana. Ao menos, os "olhos de gato" das estradas bem conservadas deste estado são capazes de evitar acidentes. As queimadas em geral são feitas à noite por causa da maior velocidade dos ventos que proopiciam melhor dispersão da fumaça neste horário.
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