Já ouviram falar nisso? Se não, estão por fora da mais nova revolução da distribuição de renda no planeta. Antes foi o petróleo, agora a água e no futuro será o ar o nosso bem mais caro!
Após a Conferência de Kyoto, foram estabelecidos metas para redução das emissões dos países responsáveis por 80% das emissões de CO2 e metano na atmosfera de 5,2% entre 2008 e 2012.
Ocorre que foram criados os créditos de carbono! Como eles funcionam? O país que polui muito compra cotas de poluição de países menos poluidores, investindo em projetos postos em prática nestes países subdesenvolvidos. 1 tonelada de carbono está cotada hoje em US$15,00 ou US$18,00. Considerando que há um ano custavam US$5,00; estima-se que o valor deve subir para US$30,00 ou US$40,00 no período de implantação da meta imposta pela Conferência de Kyoto.
O Brasil está em posição privilegiada neste contexto. Sendo um país que utiliza amplamente seus recursos hídricos, acaba por ter um índice de emissões inferior ao dos países desenvolvidos, podendo vender estas "cotas" de poluição.
Porém o futuro não parece ser tão promissor para o Brasil quanto parece. O baixo investimento no setor hidroelétrico e a iminente saturação de sua demanda de energia o colocou em uma situação complicada economica e estrategicamente. A meta de crescimento de 5% ao ano anunciada por Lula para os próximos 4 anos implica uma demanda energética para a qual não há oferta suficiente para suportar.
O plano do governo é instalar termelétricas, as quais são altamente poluentes e possuem baixo nível de produtividade. Dessa forma, a nossa vantagem no mercado de créditos de carbono fica seriamente ameaçada.
Em minha opinião uma decisão tomada por falta de planejamento. Em engenharia, considera-se um projeto de curto-prazo quando visa um período de até 10 anos; e a implantação de uma usina hidrelétrica leva pelo menos 8 anos, o que é muito tempo comparando-se a uma termelétrica que leva apenas 2 ou 3 anos, porém nada que não pudesse ter sido previsto no planejamento público.
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