18 de fevereiro de 2010

Matriz Energética no Brasil e no Mundo

No mundo a matriz energética é composta de petróleo (35,7%), carvão (23,3%), gás natural (20,3%), combustíveis renováveis (11,2%), nuclear (6,7%) e água (2,3%). No entanto o panorama no Brasil apresenta uma parcela maior para a utilização de seus recursos hídricos, embora sua principal fonte ainda seja o petróleo e seus derivados (40%).

A dependência desta fonte energética é explicada pelo rodoviarismo implantado como meio de escoamento dos produtos aqui produzidos em direção ao resto do país e aos portos rumo às exportações. A falta de investimentos por parte do governo federal na infra-estrutura citada acaba por atrapalhar diretamente o crescimento do PIB brasileiro, que foi divulgado esta semana (2,9% em 2006). O agrobusiness precisa de formas eficientes de transporte de seus produtos e, infelizmente, grande parte dessa produção se perde no meio do caminho. Está mais do que provado que o agorbusiness é um negócio que a curto-médio prazo atrairia muito capital para o Brasil sem a necessaidade de grandes investimentos como na indústria, é uma atividade que ainda pode crescer muito. As estradas estão abandonadas, os portos sempre necessitam de trabalhos de dragagem (US$7,00/m³ de terra retirada do leito do porto) e o transporte fluvial é quase inexistente. O governo atua como subsidiador do Diesel mas não basta para se manter essa estrutura.

A boa notícia é que a Petrobrás anunciou em 2006 a auto-suficiência na produção de petróleo no Brasil. O petróleo é um amontoado de vários tamanhos diferentes de cadeias carbônicas. Os derivados de petróleo amplamente utilizados no Brasil como fonte energética são cadeias pequenas e necessitam do processo de crackeamento, que quebra cadeias maiores (pixe e ceras) transformando-as em cadeias menores (gasolina). O petróleo brasileiro é "pesado", ou seja, tem em sua composição na maioria cadeias longas; dessa forma, nosso petróleo não serve para nós e deve sofrer crackeamento nas refinarias antes de ser usado.

A má notícia é que não somos auto-suficientes no refino desse petróleo, o que implica exportação do nosso petróleo "pesado" para posterior importação da matéria já refinada (petróleo "leve") pronta para ser usada. Soma-se a isso a inconveniência ambiental do uso do petróleo que gera muita poluição através do CO2, CO, C e SO2, os quais são responsáveis pela intensificação do aquecimento global e do fenômeno das chuvas ácidas.

O grande desafio é se desvencilhar do uso do petróleo através de decisões estratégicas e ambientais para solucionar tanto o problema da crise energética brasileira quanto o do aquecimento global. Para isso há as fontes alternativas de energia, as quais serão enumeradas e explicadas a seguir.

Hidroelétricas: a mídia a defende como sendo uma energia limpa mas não é verdade. O impacto ambiental é enorme pela grande área inundada e afogamento de grandes florestas, o que libera gás metano na atmosfera (poluente). Vou mais além!!! O processo de inundação causa a eutrofização, que consiste em uma superproliferação de algas e bactérias que se alimentam da matéria orgânica morta com o processo. Olhando também pelo lado econômico, essa fonte sofre por demandar um grande montante de investimentos para sua implantação, principalmente no Brasil onde os juros altos acabam por exponenciar os custos de projetos de longa duração.

Termoelétricas: uma grande vilã do meio-ambiente por usar o carvão mineral e ter baixa produtividade, causa poluição excessiva. A sua vantagem é o baixo custo de implantação mas perde no custo de operação e manutenção já que necessita grandes investimentos para sua constante modernização. A abundância e conseqüente barateamento de seu combustível incentiva sua proliferação mundo afora.

Usinas Nucleares: sempre foi mal recebida pela mídia e população, ao meu ver, sem apresentarem uma razão para tamanha preocupação. Tendo boa produtividade MWh, torna-se uma boa alternativa para locais onde as fontes hídricas já estão esgotadas, como Japão e Europa. O problema é o preço: são necessários altos investimentos em pesquisa, combustível, modernização e manutenção tornando-a acessível apenas em países ricos. Aos que a acham muito perigosa: Quantos acidentes aconteceram envolvendo usinas termo-nucleares até hoje? E com Hidroelétricas? A analogia serve para acidentes de carros e de aviões. Embora um avião sempre saia no jornal quando cai, os acidentes nas rodovias ainda matam muito mais. Sobre o lixo produzido, as nucleares são um problema pelo lixo radioativo jogado no fundo dos oceanos. Há também uma forma de impacto ambiental pelo aquecimento da água do rio usada para resfriamento de seu núcleo. A água é devolvida aos rios com temperaturas muito altas e mata os peixes no local, o que pode até ocasionar eutrofização!

Álcool: a especialidade rural do estado de São Paulo é a cana-de-açúcar, matéria-prima para produção do álcool. Pode ser considerada uma fonte renovável e nesse quesito ganha fácil da gasolina mas é um grande impactador ambiental. A queima do solo após a colheita da cana é fonte de poluentes amplificadores do efeito estufa.

Energia Solar: existem duas maneiras de se aproveitar a energia solar e muita gente se confunde com isso. Pode-se instalar aquelas células captadoras de luz solar que esquentam a água das residências (alternativa mais barata que deve se intensificar num futuro próximo). Também o modelo das células fotovoltáicas, as quais tranformam a luz solar em energia elétrica de fato, diferentemente do modo anterior, que transforma a energia solar em energia térmica. A combinação desses 2 elementos parece ser uma solução interessantíssima para o uso doméstico num futuro (talvez) próximo se não fosse por um detalhe: as fotovoltáicas têm vida útil de 2 anos e depois viram lixo tóxico.

Células de combustível: é a maior esperança para resolver o problema das emissões de poluentes. Uma célula de combustível proporciona produção de energia apartir de uma reação entre oxigênio e hidrogenio, produzindo água pura. O único risco é o de explosão por ser uma reação que libera muita energia. Este modelo está em testes e hoje já se vê ônibus circulando na Alemanha com essa configuração. Uma energia limpa e sustentável!

Um comentário:

Bianca Pereira disse...

Cara, era exatamente isso que eu tava procurando pro meu trabalho de química! IHSIAUHS Obrigada, ótimo post.